O presidente José Carlos Peres comanda as negociações do Santos (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

A temporada 2018 terminou há 24 dias, o técnico Jorge Sampaoli foi apresentado há 8 dias e o Santos ainda não contratou nenhum reforço para 2019, não conseguiu renovar os contratos do lateral-esquerdo Dodô e do volante Diego Pituca e nem resolveu a situação dos mais de 10 jogadores que, na teoria, voltam de empréstimo no dia 2 de janeiro do próximo ano.

Segundo o executivo de futebol do clube, Renato, as negociações estão sendo mantidas em sigilo para atender a um pedido do técnico Jorge Sampaoli e o próprio treinador ainda irá dar aval ou não para a saída de alguns jogadores, como Rodrigão, Rafael Longuine, Matheus Oliveira, Jean Mota, Yuri, entre outros.

Como acompanhamos em 2018, a lentidão é uma marca registrada dessa gestão. Gabigol, o presente de Natal, chegou em fevereiro. Além dele, só Dodô e Eduardo Sasha foram contratados no começo do ano. O presidente costuma gabar-se de ter acertado nas contratações, mas não custa lembrar que o Santos fracassou no Paulista. Perdeu dos poderosos Bragantino, Novorizontino, São Bento e não conseguiu marcar um gol diante do Botafogo nas quartas-de-final da competição.

Depois, chegou o Brasileiro e, novamente sem reforços, o Santos estava na zona de rebaixamento até a tardia demissão de Jair Ventura. Sem muita velocidade, Cuca foi contratado e contou com os reforços de Carlos Sánchez, Derliz González, Bryan Ruiz para recuperar a equipe, mas o Brasileirão também terminou de forma melancólica.

Se o Santos está mesmo conseguindo negociar em sigilo e apresentar três ou quatro reforços no dia 2 de janeiro a direção vai merecer os parabéns. Não é fácil fazer grande movimentos no mercado sem chamar a atenção. Se o Peixe conseguir, ótimo.

Se o sigilo, no entanto, for uma desculpa pela demora nos acordos e o elenco se apresentar no dia 2 de janeiro com os mesmos atletas desta temporada e com a volta dos emprestados sem situações definidas será mais um grande erro da gestão.

Erro que pode transformar uma promissora temporada com um técnico de alto nível em mais um ano de performances medíocres em campo e agitação política fora dele. E mais um ano em que o único motivo de “orgulho” para o torcedor será a frase “time grande não cai”.