John

John trabalhou forte até ter a chance de estrear em um jogo oficial (Crédito: Santos FC)

Quando a temporada 2020 começou para o Santos, o elenco profissional contava com quatro goleiros, na seguinte ordem de preferência do então treinador do time, Jesualdo Ferreira: Everson, Vladimir, João Paulo e John.

Contratado a pedido de Jorge Sampaoli, Everson era o dono absoluto da posição, tendo Vladimir, experiente Menino da Vila, como opção imediata para a meta. Foi dessa forma que o time estreou no Paulistão, no empate sem gols diante do Bragantino.

O tempo passou, Everson entrou com uma ação na Justiça pedindo rescisão contratual contra o Peixe por falta de pagamentos (sem sucesso), foi reintegrado, mas nunca mais jogou até se transferir para o Atlético Mineiro.

Vladimir teve poucas chances, algumas falhas, lesionou-se e pegou Covid-19. Mesmo assim, John sequer sonhava com a titularidade, pois João Paulo, outro Menino da Vila, encheu os olhos de Cuca, dos comentaristas e dos torcedores com seu início meteórico.

Surto de Covid deu chance a John

John foi eleito melhor jogador em campo (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

A chance de John mostrar seu talento nos profissionais veio no sábado, diante do Internacional. Não por lesões ou suspensões, mas pela pandemia de Covid-19 que está assolando o mundo e, finalmente, pegou o Santos em cheio.

Contaminado, João Paulo foi afastado junto com outros nove atletas e não pôde jogar contra o líder do Campeonato Brasileiro. Era tudo o que John precisava para mostrar serviço. A única vez que havia entrado em campo pelos profissionais do Peixe foi em jogo festivo para o ídolo Léo, em 2016.

“Claro que a gente fica um pouco ansioso, mas conheço minhas qualidades e temos muita confiança no trabalho que a gente faz no dia a dia. Conversei com minha família, com a comissão do Santos, até o João e o Vladimir e todos me passaram muita confiança”, comentou, no dia seguinte à bela atuação nos 2 a 0 contra o Inter, sua estreia em jogos oficiais.

O jogador, que deve ser mantido para pegar o Athletico-PR, no próximo sábado, assegurou que, mesmo quando era somente a quarta opção para a posição, não pensou em deixar o Santos, apesar de ter recebido algumas sondagens.

“Eu sempre acreditei que chegaria a minha oportunidade. O Santos tem grandes goleiros no elenco, mas venho trabalhando há muito tempo para estar preparado quando chegasse esse momento. Eu tenho um carinho muito grande pelo Santos e mesmo fora de campo procuro fazer minha parte, motivar meus companheiros. Tenho um longo caminho a percorrer ainda, minha trajetória está só começando”, concluiu.