
Fernando Diniz é o novo técnico do Santos (Crédito: Rubens Chiri / saopaulofc.net)
Fernando Diniz é um dos técnicos mais excêntricos do futebol brasileiro. O treinador, de 47 anos, natural de Pato de Minas (MG), carrega em seu currículo bons trabalhos como no Audax, mas também passagens ruins como no Athletico Paranaense. Um dos maiores exemplos de como a carreira de Diniz divide opiniões é seu último trabalho no São Paulo: começou bem, liderou o campeonato brasileiro da temporada passada, mas acumulou derrotas, se desentendeu com jogadores e acabou sendo demitido. Amado por uns ou odiado por outros, o treinador sempre deixa uma marca por onde passa, tanto no campo, quanto fora dele.
Futebol no campo
Muito provavelmente o torcedor do Santos se lembra da final do Campeonato Paulista de 2016. O Peixe, com Ricardo Oliveira, Gabigol e Lucas Lima, era treinador por Dorival Junior. O Audax, de Osasco, tinha nomes hoje renomados em seu time: Yuri (ex Santos), Camacho, hoje no Corinthians, Tchê Tchê, hoje no Atlético Mineiro e o goleiro Sidão.
Quem se acostumou com o Santos pressionando os adversários na Vila Belmiro, se surpreendeu. O Audax dominou quase todo o jogo da volta. Teve duas bolas na trave, mais posse de bola e colocou o Santos na defesa até o último minuto de jogo. Quem era o técnico? Fernando Diniz. O Peixe acabou sendo campeão em um gol de contra-ataque, com Ricardo Oliveira. Quando o Audax foi pegar a medalha de vice-campeão, foi aplaudido pelo público na Vila Belmiro.
Mas, no Brasil, como já é conhecido, o imediatismo é hábito comum. Em entrevista ao Podcast Hoje sim, do narrador Cleber Machado, Diniz falou sobre as boas temporadas no Audax.
“Quando me fizeram convites depois do Paulistão 2016, queriam me contratar pelo resultado, não pelo trabalho. Um ano antes jogamos pra caramba, fizemos a mesma coisa, mas terminamos em 9º lugar e ninguém viu. Aqui só se analisa o resultado, não o trabalho”, disse Diniz.
Isso tudo é o que busca Fernando Diniz. Um futebol vivo, movimentado, com posse de bola e ousadia. Quer, assim como Sampaoli teve sucesso em 2019, o domínio do jogo o tempo inteiro. Gosta de uma saída de bola da defesa com qualidade, assim como Sampaoli. O jeito de Diniz trabalhar é muito claro por onde passou.
Futebol fora campo
Só que o treinador pensa no futebol além das quatro linhas. Ele enxerga o esporte como movimento social e psicológico. Psicólogo por formação, o treinador defendeu em seu TCC que ter um compromisso social focado nos jovens, para não serem só “fenômenos” da bola, e sim seres humanos com capacidade crítica e autonomia, deveria ser hábito comum no mundo da bola.
Falando sobre a parte psicológica, o treinador defende os benefícios da terapia na vida do atleta. Em seu TCC, usou o tema: “A importância da liderança do técnico em uma equipe de futebol”. Desde sempre, com viés psicológico. “É fundamental ao técnico: conhecer as pessoas e sua natureza humana; obter um relacionamento interpessoal com uma boa comunicação; liderança; motivação; conhecimento dos atletas e suas necessidades, que serão seus aprendizes diretos”, disse em sua tese.
Como dissemos, Fernando Diniz não é um técnico comum. Entre apontamentos do tipo, doido, ofensivo, estudioso, moderno, eterna promessa… De fato, o treinador tem uma nova oportunidade para mostrar que sua vida e suas ideias fora do campo podem ajudar clubes e jovens.
“A gente precisa jogar bem e viver bem. O futebol que eu gosto é o que as pessoas possam ter mais alegria, mais solidariedade, amor naquilo que estão fazendo. Então a tática tem que favorecer esses elementos da vida. O que eu faço como treinador é dar vazão ao seu sonho”, apontou Diniz ao Hoje sim.
Panelinha do Daniel Alves puxou o tapete do FD lá no SP!!! Se a diretoria conseguir trazer os jogadores que ele indicar, deixar ele montar o time e a torcida ter paciência, vamos ver resultados bons sim!!!
Discurso bonito ☺️, vamos ver a prática, pois ele só vai conseguir os resultados positivos se conseguir vender bem a suas ideias aos atletas,e acima de tudo que se contenha ao dirigir aos jogadores, pois toda vida quis impor na marra as suas convicções é isso não se faz com ninguém
Falando com um amigo são-paulino, ele focou bastante em dizer q o Fernando Diniz é um cara que gosta de trabalhar com a base mais que qualquer um. As entrevistas do Crespo falando que o bom começo dele é em parte pelo bom trabalho anterior, e o Muricy confirmando isso dizendo q buscaram o Crespo justamente por ser uma continuação do trabalho do Diniz, me faz tem uma expectativa bem positiva dele no Santos. Pode até não ganhar nada, e sinceramente, na situação atual do Santos acho q ninguém ganharia, mas vai desenvolver os jogadores jovens talentosos que temos e pavimentar um caminho de melhora. Eu REALMENTE to iludido, espero que a decepção não seja mto forte
Fernando Diniz teve sim um bom trabalho no SP, o que aconteceu ali foi os jogadores que fizeram corpo mole e o derrubaram por algum motivo.
Espero sinceramente que o trabalho do Diniz seja favorável no Santos e que possamos assistir a jogos onde o time jogue com vontade.
A torcida precisa ter paciência também e ter noção que esse ano não esperamos muita coisa. Espero que o jogo político que ocorre muito no Santos não influencie no trabalho do Diniz.
“Seres humanos com capacidade crítica e autonomia” é tudo que os donos do futebol, cartolas e empresários urubus não querem para os jogadores. Eu sou mais um a torcer pelo sucesso do Fernando Diniz nesta e na próxima temporadas. Porém temo por parte da torcida e da mídia imediatistas, pela falta de tempo para treinar, pela ausência de craques no elenco e pior, pela carência de bons valores nas laterais e no meio de campo. Que ele consiga dentro dessas limitações extrair o máximo de cada jogador, recuperar alguns veteranos, lapidar os garotos e conduzir o clube a boas campanhas, calando céticos e críticos. Pelo bem do Santos FC.