Lisca assinou com o Santos nesta quarta (Crédito: Divulgação/ Santos FC)

Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi. Foi assim que o Santos anunciou a contratação do técnico Lisca no final da tarde desta quarta-feira (20), evitando o termo “Doido”, como ficou conhecido. O apelido surgiu anos atrás, vindo da torcida do Juventude.

“Chegando no Juventude, a gente estabeleceu uma vibração com o torcedor, um resgate da identidade, de ter o prazer de ser Juventude e ir ao estádio Alfredo Jaconi. A torcida logo identificou e só trocou o nome de ‘Papo doido’, que era o mascote do clube, para ‘Lisca doido’. Em um lance, teve uma discussão com o D’Alessandro”, disse Lisca em entrevista recente para ESPN.

O apelido, porém, acabou trazendo situações ruins. O treinador conta que já se sentiu ‘subjugado’ pelo termo e tentou tirar, sem sucesso.

“Muitas vezes eu me sinto subjugado. As pessoas deixam de olhar para o lado do conteúdo comportamental do time e vão mais para o lado comportamental do treinador. E muitas vezes se esquecem que esta unidade e relação com a torcida muitas vezes é na necessidade. Geralmente quando isso aconteceu, os times estavam para cair e ninguém mais prestava, servia, e através dessa relação torcedor-treinador, uma ligação com o grupo, jogadores, confiança, resgate de autoestima, autoimagem, e aí aquela relação que volta… Acho que já melhorou muito, as pessoas já me conhecem mais, mas ainda tem um pouco de preconceito. O nosso meio é muito preconceituoso, e muitas vezes esse preconceito me atrapalha”, disse.

“Eu tentei tirar, porque muita gente fala que me atrapalha na hora da definição, das contratações, os diretores muitas vezes ficam receosos, mas, com o trabalho no Ceará de 2018, eu pude explicar essa história, as pessoas puderam me conhecer e viram que eu não sou doido, né? Eu não rasgo dinheiro, não como grama, não dou cabeçada na parede, mas sou realmente apaixonado pelo o que eu faço”, completa Lisca.

O técnico de 49 anos nasceu em Porto Alegre e começou sua carreira na base do Internacional. Após isso, passou por Ceará, Paraná, Criciúma, Internacional (profissional) e América, quando levou o time Mineiro para às semifinais da Copa do Brasil e ajudou no acesso para à Série A para 2021.

Os dois últimos trabalhos foram curtos: Ele chegou no final de junho ao Leão e, até o momento, participou de quatro jogos: uma vitória e três empates, balançando as redes duas vezes e não sofrendo gols. Antes, porém, foi técnico do Vasco na Série B do ano passado. Ele deixou a equipe com 12 partidas, quatro vitórias, um empate e sete derrotas.