10 jogos inesquecíveis do Santos

Poucos clubes no mundo têm uma história tão rica e gloriosa quanto o Santos. Por isso, a trajetória do Peixe desde 14 abril de 1912 é marcada por dezenas, talvez até centenas, de jogos inesquecíveis, momentos que ficaram para sempre na memória de quem os viveu e vêm sendo contados de geração em geração. O DIÁRIO DO PEIXE quer narrar todos eles, e inicia essa tarefa escolhendo as dez partidas mais marcantes da história do Santos Futebol Clube.

1. PALMEIRAS 6 x 7 SANTOS – 06/03/1958 – Torneio Rio-SP
2. SANTOS 3 x 0 PENÃROL – 30/08/1962 – Copa Libertadores – final
3. BENFICA 2 x 5 SANTOS – 11/10/1962 – Mundial Interclubes
4. BOCA JUNIORS 1 x 2 SANTOS – 11/09/1963 – Copa Libertadores – final
5. SANTOS 4 x 2 MILAN – 14/11/1963 – Mundial Interclubes
6. SANTOS 1 X 0 CORINTHIANS – 02/12/1984 – Campeonato Paulista – final
7. SANTOS 5 x 2 FLUMINENSE -10/12/1995 – Campeonato Brasileiro
8. SANTOS 3 X 2 CORINTHIANS – 15/12/2002 – Campeonato Brasileiro – final
9. SANTOS 2 x 1 VASCO – 19/12/2004 – Campeonato Brasileiro
10. SANTOS 2 x 1 PEÑAROL – 22/06/2011 – Copa Libertadores – final

SANTOS 7 x 6 Palmeiras – 6/3/1958 – Torneio Rio-SP
O jogo das grandes viradas

“O jogo mais emocionante que o futebol brasileiro já apresentou”, disse Pepe, autor de três gols naquela partida, válida pelo Torneio Rio-São Paulo de 1958. Uma partida com duas viradas espetaculares que, diz a lenda, provocou cinco mortes entre os mais de 43 mil torcedores que lotaram o Pacaembu na noite daquela quinta-feira, 6 de março de 1958.

Um clássico com o placar de 7 a 6 é coisa rara, mesmo em uma época em que o futebol apresentava resultados elásticos, partidas com muitos gols. O primeiro tempo terminou  5 a 2 para o Santos, que começou o jogo a todo vapor, trocando passes rápidos e envolvendo o Palmeiras. No entanto, foi o time da capital quem fez 1 a 0, aos 20 minutos. No minuto seguinte, Pelé empatou e, quatro minutos depois, Pagão anotou a virada. O Palmeiras igualou aos 26, mas dali em diante só deu Santos. Dorval, Pepe e Pagão marcaram e a goleada estava desenhada.

Mas veio o segundo tempo e tudo mudou. O Palmeiras voltou mais organizado, ofensivo, e marcou aos 16 e aos 19 minutos, pondo fogo de vez na partida. O Santos sentiu o golpe, e o empate veio aos 27. O Pacaembu, com maioria de torcedores palmeirenses, beirou a loucura quando, aos 34, o Palmeiras marcou o sexto tento, em uma virada histórica.

Mas o Santos tinha Pelé, Pepe, Pagão e outros talentos. E foi Pepe, em jornada gloriosa, o responsável pela virada épica, com dois gols, aos 40 e aos 42.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 7 x 6 Palmeiras
Local: Pacaembu, em São Paulo
Data: 6/3/1958
Competição: Torneio Rio-São Paulo de 1958
Público: 43.068
Renda: Cr$ 1.676.995,00
Árbitro: João Etzel Filho
Gols: Urias, aos 20, Pelé, aos 21, Pagão, aos 25, Nardo, aos 26, Dorval, aos 32, Pepe, aos 38, e Pagão, aos 44 minutos do 1º tempo; Paulinho, aos 16, Mazzola, aos 19 e aos 27, Urias, aos 34, e Pepe, aos 40 e aos 42 minutos do 2º tempo
SANTOS: Manga; Hélvio e Dalmo; Ramiro (Urubatão), Fiotti e Zito; Dorval, Jair da Rosa Pinto, Pagão (Afonsinho), Pelé e Pepe. Técnico: Lula
Palmeiras: Edgard (Vitor); Waldemar Carabina e Édson; Formiga (Maurinho), Valdemar de Fiúme e Dema; Paulinho, Nardo (Caraballo), Mazzola, Ivan e Urias. Técnico: Oswaldo Brandão

SANTOS 3 x 0 Peñarol – 30/8/1962 – Libertadores da América – final
Enfim, a América!

O primeiro título da Taça Libertadores da América foi conquistado em um duelo difícil com o poderoso Peñarol, que era à época bicampeão da América e campeão mundial. Foram três partidas: o Santos venceu em Montevidéu por 2 a 1 e o Peñarol ganhou na Vila Belmiro por 3 a 2, numa partida bastante tumultuada. O confronto decisivo foi marcado para um campo neutro, o Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Por causa da proximidade com Montevidéu, a capital argentina recebeu mais de 15 mil torcedores do Peñarol. Pelé não jogou nos dois primeiros jogos e era obviamente a aposta do Santos para conquistar a América.

O Peñarol ameaçou uma pressão inicial, mas o Santos fez 1 a 0 logo aos 11 minutos, quando o zagueiro Caetano desviou um chute de Coutinho e marcou contra. Dali por diante, o time uruguaio aumentou a pressão e o Santos só conseguiu equilibrar o jogo no fim do primeiro tempo. Na etapa final, logo aos 3 minutos, Pelé anotou o segundo, após lançamento de Coutinho. O Peñarol partiu para o tudo ou nada, criou várias chances, mas Gilmar, inspirado, evitou o gol uruguaio.

Aos poucos, o Santos retomou o domínio da partida e voltou a ameaçar o gol adversário. O título já estava garantido quando, aos 44, Pelé tabelou com Coutinho, invadiu a área e marcou o 3 a 0. Foi o último lance da partida. O Santos era, então, o primeiro time brasileiro a conquistar a Libertadores!

FICHA TÉCNICA
SANTOS 3 x 0 Peñarol
Local: Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires
Data: 30/8/1962
Competição: Taça Libertadores da América
Público: 45.980
Árbitro: Leo Horn (Holanda)
Gols: Caetano (contra), aos 11 minutos do 1º tempo; Pelé, aos 3 e aos 44 minutos do 2º tempo
SANTOS: Gilmar; Lima, Mauro e Dalmo; Calvet e Zito; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Lula
Peñarol: Maidana; Caño, Lezcano e Gonzalez; Caetano e Gonçalves; Matosas, Pedro Rocha, Sasia, Spencer e Joya. Técnico: Bela Guttman

SANTOS 5 x 2 Benfica – 11/10/1962 – Mundial Interclubes
O esquadrão encanta o mundo

E 42 dias depois de ganhar a Libertadores, o Santos conquistou a admiração do mundo com uma das melhores apresentações feitas por um time de futebol em todos os tempos. O Peixe enfrentou o campeão europeu, o Benfica, no seu Estádio da Luz, em Lisboa, e aplicou uma goleada de 5 a 2, com um show de Pelé & Cia.

O Santos não deu chances ao time português e chegou a abrir 5 a 0 com uma facilidade espantosa. Num gramado molhado, o Peixe demorou 17 minutos para abrir o placar, com Pelé desviando para o gol um cruzamento de Pepe. O Benfica tentou reagir, mas Gilmar salvou o Santos com boas defesas.

Aos 27, Pelé ampliou o placar com um golaço, depois de driblar três adversários e bater no canto do goleiro. O domínio do Santos aumentou e o time perdeu várias oportunidades antes do fim do primeiro tempo.

E os alvinegros não deram chance alguma de reação ao Benfica. Logo aos 3 minutos do segundo tempo, Coutinho anotou o terceiro, depois de jogada de Pelé. O Rei fez outro golaço aos 20 e Pepe ampliou a goleada aos 32. O primeiro título mundial do Santos estava garantido. O time, então, relaxou e o Benfica aproveitou para marcar dois gols no finalzinho da partida, com Eusébio e Simões.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 5 x 2 Benfica
Local: Estádio da Luz, em Lisboa, Portugal
Data: 11/10/1962
Público: 73.000 (aproximadamente)
Árbitro: Pierre Schinter (França)
Gols: Pelé, aos 17 e aos 27 minutos do 1º tempo; Coutinho, aos 3, Pelé, aos 20, Pepe, aos 32, Eusébio, aos 41, e Simões, aos 44 minutos do 2º tempo
SANTOS: Gilmar; Olavo, Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Lima; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Lula
Benfica: Costa Pereira; Humberto, Raul e Cruz; Cavem e Jacinto; José Augusto, Santana, Eusébio, Coluna e Simões. Técnico: Fernando Riera

SANTOS 2 x 1 Boca Juniors – 11/9/1963 – Libertadores da América – final
Vitória histórica na Bombonera e o bi continental

Após eliminar o Botafogo na semifinal, o Santos chegou a mais uma decisão continental, desta vez contra o Boca Juniors, base da seleção argentina da época, que havia batido o Peñarol na outra semifinal.

A decisão ocorreu em dois jogos. No primeiro, em 4/11, no Maracanã, o Santos venceu por 3 x 2, após abrir 3 x 0, com dois gols de Coutinho e um de Lima. A finalíssima seria uma semana depois, na famosa La Bombonera, lotada e hostil aos brasileiros.

Com uma forte marcação sobre Pelé, o Boca Juniors atacava mais e criava várias oportunidades de gol. O Santos então passou a segurar um pouco mais a bola e equilibrou a partida, que terminou sem gols o primeiro tempo, resultado que dava o título aos brasileiros.

Mas o Boca veio para a segunda etapa com tudo e abriu o placar logo aos 2min o segundo tempo, o que levaria a decisão para um terceiro jogo. Mas aquele time do Santos não se resignou com o resultado. Pelé, que estava sendo caçado pelos argentinos, com muitas faltas e catimba, lançou Coutinho na área, que empatou com um chute forte aos 6min.

O empate acalmou o Santos, que volta a controlar a partida, mantendo o Boca Juniors longe de sua área. E aos 37min, Coutinho fez bom passe a Pelé, que dribla o zagueiro brasileiro Orlando Peçanha e chuta forte no canto, anotando o gol da vitória e do bicampeonato da Taça Libertadores do Santos FC.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 x 1 Boca Juniors
Local: Estádio La Bombonera, em Buenos Aires
Data: 11/9/1963
Competição: Taça Libertadores da América
Público: 85.000 (aproximadamente)
Árbitro: Marcel Albert Bois (França)
Gols: Sanfillippo, aos 2, Coutinho, aos 6, e Pelé, aos 37 minutos do 2º tempo
SANTOS: Gilmar; Dalmo, Mauro e Geraldino; Calvet e Zito; Dorval, Lima, Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Lula
Boca Juniors: Errea; Magdalena, Orlando Peçanha e Simeone; Rattin e Silveira; Grilo, Menéndez, Rojas, Sanfilippo e Gonzaléz. Técnico: Aristóbulo Deambrosi

SANTOS 4 x 2 Milan – 14/11/1963 – Mundial Interclubes
No Maracanã, uma virada sensacional

Pouco mais de um mês depois da batalha em La Bombonera, o Santos conseguiu um resultado espetacular contra o Milan, campeão da Europa, na segunda partida da final do Mundial Interclubes, o que provocou o terceiro jogo, realizado também no Maracanã.

No primeiro jogo, em Milão, os italianos venceram por 4 x 2 e jogavam por um empate no Maracanã. Para piorar, o Santos tinha desfalques importantes, como Calvet, Zito e Pelé, que foram substituídos por Haroldo, Lima e Almir Pernambuquinho.

Bem postado e muito forte na defesa, o Milan controlou o ímpeto inicial do Santos e abriu o placar aos 12min, com o brasileiro Mazzola. A situação piorou cinco minutos depois, quando outro brasileiro, Amarildo, deu passe para Mora, que tocou para o fundo do gol do Santos. O primeiro tempo terminava com uma perspectiva negativa para o time brasileiro.

Após uma chuva muito forte no intervalo, as mais de 132 mil pessoas presentes no Maracanã presenciaram um Santos mais sólido e tranquilo, que conseguia neutralizar os atacantes do Milan. Pepe, cobrando falta, fez o primeiro dos santistas, aos 5min. Os brasileiros foram para o ataque e Almir Pernambuquinho anotou o empate aos 9min. A equipe italiana sentiu, e Lima, aos 18min, chutou forte, de fora da área, para marcar o terceiro gol.

O Santos manteve o ritmo, dominando amplamente o campeão da Europa. Aos 22min, Pepe, em mais uma cobrança de falta, marcou o quarto e consolidou a virada, considerada impossível no intervalo da partida.

Os santistas controlaram o restante do jogo e levaram a decisão para o terceiro jogo, dois dias depois, quando bateram novamente o Milan, desta vez por 1 x 0, e conquistaram o bicampeonato mundial.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 4 x 2 Milan
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro
Data: 14/11/1963
Público: 132.728 pagantes (150.000 presentes)
Renda: Cr$ 98.075.500,00
Árbitro: Juan Brozzi (Argentina)
Gols: Mazzola, aos 12, e Mora, aos 17 minutos do 1º tempo; Pepe, aos 5, Almir, aos 9, Lima, aos 18, e Pepe, aos 22 minutos do 2º tempo
SANTOS: Gilmar; Ismael, Mauro, Haroldo e Dalmo; Lima e Mengálvio; Dorval, Coutinho, Almir e Pepe. Técnico: Lula
Milan: Ghezzi; Davi, Maldini e Trebi; Trapattoni e Pelagalli; Mora, Lodetti, Rivera, Mazzola e Amarildo. Técnico: Luis Carniglia

SANTOS 1 x 0 Corinthians – 2/12/1984 – Campeonato Paulista – final
A consagração de Chulapa

Acostumado a ganhar títulos, o Santos completou 6 anos sem conquistas e vinha de um vice-campeonato brasileiro em 1983. Por isso aquele jogo da última rodada do Campeonato Paulista transformado em final era muito aguardado por todos da Vila Belmiro. Os santistas jogavam pelo empate, pois somavam 55 pontos, um a mais que o Corinthians.

O Morumbi foi dividido entre os 102 mil torcedores, que assistiram um jogo pegado desde o início, truncado, com os times mostrando muita garra. A partida também ofereceu emoção, polêmica, chances perdidas, tudo o que merece uma final de campeonato.

Precisando da vitória, o Corinthians foi para o ataque nos primeiros 20 minutos. O Santos equilibrou o jogo e ambos os times perderam boas oportunidades no primeiro tempo. A etapa final viu os times alternarem ataques perigosos, obrigando os goleiros Rodolfo Rodrigues e Carlos a trabalharem bastante. Até que aos 27min, Humberto foi à linha de fundo, pela esquerda, e cruzou rasteiro para a entrada de Serginho. Carlos não conseguiu interceptar o cruzamento e Chulapa apenas empurrou para o fundo do gol.

Era o gol do título, muito comemorado pela torcida santista. O Corinthians ainda tentou o empate, pressionou no final do jogo, mas o Santos soube controlar os nervos e segurar o resultado.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 x 0 Corinthians
Local: Morumbi, em São Paulo
Data: 2/12/1984
Público: 101.587 pagantes
Renda: Cr$ 419.323.500,00
Árbitro: José de Assis Aragão
Gol: Serginho Chulapa, aos 27 minutos do 2º tempo
SANTOS: Rodolfo Rodriguez; Chiquinho, Márcio, Toninho Carlos e Toninho Oliveira (Gilberto); Dema, Paulo Isidoro, Humberto e Lino; Serginho Chulapa e Zé Sérgio (Mário Sérgio). Técnico: Carlos Castilho
Corinthians: Carlos; Édson, Juninho, Wagner e Wladimir; Biro-Biro, Dunga, Arturzinho (Paulo César) e Zenon; Lima e João Paulo. Técnico: Jair Picerni

SANTOS 5 x 2 Fluminense – 10/12/1995 – Campeonato Brasileiro – Semifinal
No Pacaembu, uma noite para a história

A torcida que foi ao Pacaembu para ver o jogo de volta da semifinal do Campeonato Brasileiro estava desconfiada, mas viveu uma tarde inesquecível. Depois de perder por 4 x 1 no Maracanã, o Santos precisava de uma vitória por três gols de diferença para garantir uma vaga na final. Precisava e conseguiu: fez 5 x 2, num jogo que ficou na memória de todos os santistas.

Como era de se esperar, o Santos começou o jogo pressionando o Fluminense e perde boa oportunidade com Carlinhos. O time carioca reage e Renato Gaúcho quase marca logo em seguida. Aos 25min, Camanducaia é derrubado na área. Pênalti, que Giovanni converte e faz 1 x 0. Pouco depois, o camisa 10 faz ótima jogada e marca de bico o segundo gol santista. Ele foi ao fundo do gol, pegou a bola e a levou ao meio-de-campo, chamando a responsabilidade e mostrando que o time não sairia de campo sem a classificação. A torcida vibrava como nunca.

Para aumentar a vibração, os jogadores santistas permaneceram em campo durante o intervalo, como que para absorver o apoio e amor que vinha das arquibancadas. E logo aos 7min do segundo tempo, Macedo faz o terceiro, após ótima jogada de Giovanni. O Pacaembu veio abaixo!

Mas dois minutos depois, Rogerinho marca para o Fluminense. Mas o Santos tinha Giovanni, que, aos 16min, faz outra boa jogada e chuta para a defesa parcial do goleiro adversário. Camanducaia aproveita a sobre e faz 4 x 1. O resultado garantia a classificação, mas os jogadores e a torcida queriam mais. Nem mesmo a expulsão de Ronaldo Marconato iria atrapalhar. Aos 37min, Giovanni toca de calcanhar para Marcelo Passos, que bate no canto do goleiro carioca. Nem mesmo o segundo gol de Rogerinho, aos 40min, diminuiu a alegria e a vibração que tomou conta do Pacaembu, torcida e jogadores unidos como poucas vezes foi visto. Um jogo que consagrou definitivamente Giovanni e o colocou no nível dos grandes ídolos da história do Santos FC.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 5 x 2 Fluminense
Local: Pacaembu, em São Paulo
Data: 10/12/1995
Público: 28.090 pagantes
Renda: R$ 336.289,00
Árbitro: Sidrack Marinho
Gols: Giovanni, aos 25 e aos 29 minutos do 1º tempo; Macedo, aos 5, Rogerinho, aos 7, Camanducaia, aos 16, Marcelo Passos, aos 38, e Rogerinho, aos 40 minutos do 2º tempo
SANTOS: Edinho; Marquinhos Capixaba, Narciso, Ronaldo Marconato e Marcos Adriano; Carlinhos, Gallo, Giovanni e Marcelo Passos (Pintado); Camanducaia (Batista) e Macedo (Marcos Paulo). Técnico: Cabralzinho
Fluminense: Wellerson; Ronald, Lima, Alê (Gaúcho) e Cássio; Vampeta, Otacílio, Aílton e Rogerinho; Renato Gaúcho e Valdeir (Leonardo). Técnico: Joel Santana

SANTOS 3 x 2 Corinthians – 15/12/2002 – Campeonato Brasileiro – final
As pedaladas de Robinho acabam com o jejum

No início daquele 2002, o time formado por Emerson Leão, misturando jogadores veteranos sem muito brilho com jovens promessas parecia fadado a lutar para não cair.

Mas, depois de uma campanha irregular, o Santos classificou-se em 8º lugar, ficando com a última vaga para a fase de mata-mata. O time de Robinho e Diego eliminou então o São Paulo e o Grêmio e foi para a decisão contra o Corinthians. Na primeira partida, 2 x 0 para o Santos, que podia até perder por um gol de diferença naquele 15 de dezembro.

O Corinthians começou o jogo a todo vapor, pressionando e criando várias chances de gol, que só não aconteceram porque Fábio Costa estava numa tarde espetacular. Para complicar as coisas, Diego sentiu a coxa e saiu logo nos primeiros minutos. O experiente Robert substituiu o menino de 17 anos e logo conseguiu organizar o meio-campo santista, reduzindo a pressão do Corinthians. O Santos volta a atacar, Robinho pedala sobre a zaga adversária, Alex quase marca de cabeça. O jogo fica igual.

Até que, aos 35min, Robinho recebe passe de Paulo Almeida, avança sobre Rogério, que recua, vendo o atacante dar exatas oito pedaladas. O zagueiro dá o bote e faz o pênalti, convertido pelo próprio Robinho. 1 x 0 e o título bem encaminhado. O Corinthians foi ao ataque, e Fábio Costa, numa tarde inspirada, evitou o gol adversário pelo menos duas vezes antes do intervalo.

O segundo tempo começou equilibrado. Robinho perdeu um gol na frente de Doni e o Corinthians quase marca logo em seguida. O técnico Leão reclama do árbitro e é expulso aos 12min. Apesar do resultado favorável, o Santos parecia mais nervoso do que o adversário. De tanto insistir, aos 30min, Deivid empata de cabeça e põe fogo no jogo.

O Santos tentava administrar o jogo e esfriar o adversário. Mas aos 38min, outro cruzamento e outro gol de cabeça do Corinthians, desta vez com Anderson. Faltava apenas um gol para o Corinthians tirar o título do Santos.
Mas Robinho não perdeu o equilíbrio. Três minutos depois, ele invade a área adversária pela direita, dribla o zagueiro e encontra Elano na frente do gol. Era o empate e uma sensação de alívio tomou conta dos santistas. Mas tinha mais: aos 45min, em bela jogada, Léo marca o terceiro e definitivo gol do título brasileiros de 2002. Nascia ali uma geração que marcou a história do Santos, com Robinho, Diego, Renato, Elano, Léo, entre outros.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 3 x 2 Corinthians
Local: Estádio Morumbi, em São Paulo
Data: 15/12/2002
Público: 74.586 presentes
Renda: R$ 1.152.809,00
Árbitro: Carlos Eugênio Simon
Gols: Robinho, aos 37 minutos do 1º tempo; Deivid, aos 3, Ânderson, aos 40, Elano, aos 43, e Léo, aos 46 minutos do 2º tempo
SANTOS: Fábio Costa; Maurinho, Alex, André Luís e Léo; Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego (Robert)(Michel); Robinho e William (Alexandre). Técnico: Émerson Leão
Corinthians: Doni; Rogério, Fábio Luciano, Ânderson e Kléber; Fabinho (Fabrício), Vampeta e Renato (Marcinho); Deivid, Guilherme (Leandro) e Gil. Técnico: Carlos Alberto Parreira

SANTOS 2 x 1 Vasco – 19/12/2004 – Campeonato Brasileiro
O oitavo título nacional

Foi um campeonato difícil, sofrido, dentro e fora de campo. Mas naquele dia 19 de dezembro de 2004 ninguém do Santos, torcida e jogadores, considerava a possibilidade de deixar escapar o título, o oitavo campeonato brasileiro naquele jogo em São José do Rio Preto. Bastava vencer o Vasco, desinteressado, que havia acabado de se livrar do risco de rebaixamento.

O Santos voltou a contar com Robinho, que retornava após 7 partidas fora, devido ao sequestro de sua mãe. O caso foi resolvido, a mãe do craque foi resgatada sã e salva, e ele pode fazer o que sabia, jogar futebol.

O time santista começou o jogo pressionando e logo aos 5min Ricardinho abriu o placar, em cobrança de falta. Todos estavam de olho também na partida entre Atlético-PR x Botafogo, já que o time paranaense era o único que poderia tirar o título do Santos.

Apático, o Vasco pouco ameaçava o time paulista, que continuou atacando. E o resultado apareceu aos 30min. Em um contra-ataque pela direita, Preto Casagrande cruzou para Elano marcar de cabeça o segundo gol do Santos. Antes do intervalo, o terceiro quase saiu, mas o goleiro vascaíno fez grande defesa em chute de Deivid.

Na segunda etapa, o Santos manteve o ritmo, dominava o jogo e criou boas oportunidades com Robinho, Deivid e Elano. Num de seus raros contra-ataques, o Vasco anotou o seu gol, com Marcos Brito. A torcida não deixou o time santista sentir o golpe e continuou incentivando todo o tempo. E explodiu de alegria quando o Botafogo fez 1 x 0 sobre o Atlético, o que sacramentava o título santista.

O Santos administrou a partida nos últimos minutos, enquanto a torcida festejava nas arquibancadas e em todo o Brasil mais um título brasileiro.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 x 1 Vasco
Local: Estádio Benedito Teixeira, em São José do Rio Preto
Data: 19/12/2004
Público: 36.426 pagantes
Renda: R$ 529.190,00
Árbitro: Leonardo Gaciba
Gols: Ricardinho, aos 5, Elano, aos 30 minutos do 1º tempo; Marco Brito, aos 16 minutos do 2º tempo
SANTOS: Mauro; Paulo César, Ávalos, Leonardo e Léo; Fabinho, Preto Casagrande, Ricardinho e Elano (Marcinho); Robinho (Basílio) e Deivid (William). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Vasco: Everton; Henrique, Fabiano (Gomes) e Daniel; Claudemir, Ygor, Coutinho, Júnior (Rubens), Rodrigo Souto (Rafael) e Diego; Marco Brito. Técnico: Joel Santana

SANTOS 2 x 1 Peñarol – 22/6/2011 – Libertadores da América – final
O tricampeonato das Américas

O Santos voltou a uma final da Copa Libertadores e novamente enfrentou o Peñarol. E o time de Neymar, Ganso, Danilo, Arouca, Léo, Elano e outros conquistou o tricampeonato das Américas, repetindo um feito só obtido pelo Santos de Pelé & Cia.

Depois de um empate sem gols em Montevidéu, os santistas lotaram o Pacaembu para empurrar seu time para o sonhado título. Para isso, seria fundamental que Ganso, que voltava de lesão, jogasse bem e comandasse o meio-campo, assim como Neymar mostrasse sua genialidade.

O primeiro tempo foi bastante disputado, com os dois times mostrando muita disposição, mas ninguém conseguiu marcar. O Santos começou melhor, pressionando a defesa uruguaia, mas sem criar grandes chances de gol. O Peñarol equilibrou o jogo e ameaçou o gol santista, sem sucesso. Pouco antes do intervalo, o Santos criou grande oportunidade, quando Léo chutou para fora quando estava frente a frente com o goleiro.

E logo no primeiro minuto do segundo tempo, Arouca avançou em velocidade em diagonal, trocou passe com Ganso e serviu a Neymar, que entrava pela esquerda e bateu no canto direito do goleiro do Peñarol para marcar o primeiro gol da decisão.

O time uruguaio avançou e abriu espaços para o time santista, que desperdiçou diversas chances, com Zé Eduardo e Neymar. A torcida apoiava o time e olhava o relógio, já que o resultado garantia o título para o Santos. Mas o lateral Danilo incendiou de vez o Pacaembu aos 22min, ao anotar um lindo gol. Ele saiu da direita em diagonal, driblou seu marcador e chutou de esquerda, no canto direito de Sosa.

O tricampeonato estava encaminhado, mas o Peñarol não desistiu e, aos 34min, o zagueiro Durval desviou um cruzamento da direita e fez contra suas próprias redes. Os uruguaios se animaram, tentaram pressionar, mas o Santos soube administrar os últimos minutos de um jogo histórico para garantir mais um título continental exatos 49 anos depois do último, em 1962.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 x 1 Peñarol
Local: Pacaembu, em São Paulo
Data: 22/06/2011
Público: 37.984 pagantes
Renda: R$ 4.266.670,00
Árbitro: Sergio Pezzota (Argentina)
Gols: Neymar, a 1, Danilo, aos 22, e Durval (contra), aos 34 minutos do 2º tempo
SANTOS: Rafael; Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro); Adriano, Arouca, Elano e Paulo Henrique Ganso (Pará); Zé Eduardo e Neymar.
Técnico: Muricy Ramalho
Peñarol: Sosa; Alejandro González (Albín) (Estoyanoff), Valdez, Guillermo Rodriguez e Dario Rodríguez; Corujo, Freitas, Aguiar e Mier (Urretaviscaya); Martinuccio e Olivera. Técnico: Diego Aguirre