Vojvoda é ‘teimoso’ em trabalhos (Crédito: Raul Baretta/Santos FC)

O técnico Juan Pablo Vojvoda tem repetido no trabalho no Santos uma “teimosia” que marcou o seu trabalho no Fortaleza. Em contato com pessoas que viveram o dia a dia do argentino no Leão do Pici, o DIÁRIO DO PEIXE ouviu que treinador tem mania de insistir de alguns jogadores “perseguidos” pelos torcedores e também tem muito receio em usar os jogadores das categorias de base.

No time cearense, o técnico insistia no meia Pedro Augusto, atualmente no Sport. O jogador perdeu um gol de pênalti na final da Sul-Americana. Se ele convertesse, garantiria o título do clube nordestino e maior conquista da entidade. Ele entrou mal no jogo, é ambidestro e bateu com a perna não dominante.

Pedro Augusto já vinha acumulando atuações fracas, mas o lance ficou marcado para a torcida do Fortaleza e ele virou ‘símbolo’ de momentos ruins passados pelo Leão. Nas redes sociais, torcedores fizeram campanha pela saída do atleta no time e com comentários prometendo deixar de ser sócio.

Apesar de ser vaiado constantemente, Vojvoda pediu pela renovação de Pedro. Inclusive, no anúncio da prorrogação do vínculo, o marketing do Fortaleza não usou lances do meia, mas colocou vídeos de funcionários comentando sobre o carinho, o coração e o jogador disciplinado que ele era.

O treinador ainda colocou Pedro como titular, improvisado como zagueiro, em um jogo contra o Boca Juniors. Vojvoda voltou a defender o atleta na coletiva e em outras entrevistas. Marcelo Paes, presidente na época, explicou que a renovação foi pedido do técnico.

“O Vojvoda conta com o Pedro. O Vojvoda conta com o atleta, gosta do atleta e sabe todo esse contexto. Esse contexto não está alheio ao Fortaleza, à direção, ao elenco. Todo mundo sabe que o caso do Pedro, em relação ao pênalti perdido, ficou uma marca, uma culpa. O Pedro tem que dar essa volta por cima”, afirmou na época Marcelo Paes.

Em junho, após a saída de Juan Pablo Vojvoda, o Fortaleza rescindiu com o jogador.

Entre situações que marcaram a teimosia de Vojvoda, o volante Zé Welison foi outro caso. Há bastante tempo no Fortaleza, ele se destacou com o treinador, mas teve oportunidade de sair com venda ao Corinthians, Athletico-PR e outros clubes. Mesmo não sendo titular, o técnico lutava contra a ideia da saída.

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Quand ele estava com menos de oito jogos na Série A e todos tinham certeza que ele seria vendido ao Vitória, mas Juan Pablo não poderia escalar o meio-campista. Porém, Vojvoda escalou Zé Welison de titular contra o Flamengo, no Maracanã, e ele caiu em um lance dos gols do time carioca.

O argentino tirou a chance do volante ser vendido e depois disso, Zé Welison foi ‘afastado’ e não atua desde agosto. Outro caso foi o zagueiro Titi, que o Departamento de Futebol entendia uma saída do atleta, mas o defensor foi tão escalado pelo Vojvoda apesar das críticas, que foi atingida a meta de obrigação de compra, mas meses depois também rescindiu.

No Santos a situação de repetiu com o lateral-esquerdo Escobar e o atacante Guilherme. Em entrevista ao ‘PodPah’, em março deste ano, o camisa 11 do Peixe comentou sobre o apoio que recebeu do comandante quando estava no Fortaleza mesmo sendo vaiado pela torcida. Ele viveu a mesma situação no Santos, inclusive tendo desperdiçado um pênalti na eliminação diante do CRB na Copa do Brasil.

Já em relação os jogadores da base, o meia venezuelano Kervin Andrade foi o principal exemplo. Ele havia se destacado em Copinha, sendo jogador de Seleção Venezuelana e com apelo da torcida. Ele entrava, fazia gols e nunca tinha chance de ser titular. Depois, foi vendido à Israel.

Outro caso foi do volante Kauan Rodrigues, que era da base do Goiás e investiram pela contratação dele. Ele foi o primeiro jogador do Leão a estar em uma convocação de Seleção Sub-20. Ele conquista o Sul-Americano da categoria, mas ainda fica escanteado. Ele chegou a marcar um golaço em um clássico rei, porém seguiu sem espaço e hoje está emprestado ao Atlético-GO.

Atualmente no Santos, demorou a se convencer da utilização de Souza, não tem dado espaço ao meia Gabriel Bontempo, Hyan e JP Chermont não tiveram oportunidades e apenas agora Robinho Jr ganha alguns minutos.

Em entrevista no período de Fortaleza, o treinador deixou claro o receio da utilização dos jogadores das categorias de base.

“Não dou oportunidades porque são jovens ou jogaram bem a Copinha, eles têm que mostrar rendimento por ser futebol profissional e tem muita coisa em jogo. Eles devem saber a diferença entre futebol de base e futebol profissional, onde o rendimento está acima. Mas temos de ser conscientes de todos jogadores necessitam de tempo de adaptação”, afirmou Vojvoda.