
Neymar vive momento decisivo no Santos (Crédito: Raul Baretta/SantosFC)
O Santos precisa de Neymar para escapar do rebaixamento e Neymar precisa de um choque de realidade para poder ajudar o time. O camisa 10 que entrou em campo neste domingo no Maracanã para enfrentar o Flamengo não ajuda nem dentro e nem fora de campo e alguém precisa mostrar a ele que o caminho está errado.
Neymar precisa esquecer o EU e pensar no NÓS.
Ele não é mais o jogador de 2011 que vai decidir todos os jogos com dribles e gols impressionantes. Ele não tem mais força física para atuações em sequência dessa forma. E precisa entender isso, algo que ainda não entendeu pela entrevista no intervalo do jogo contra o Flamengo.
“O Santos só vai fazer gol se a bola chegar em mim”.
E o Santos fez dois gols depois que ele saiu.
Dentro de campo, o Neymar de 2025 ainda ajuda o Santos. Graças ao “excelente” trabalho de Marcelo Teixeira, ele ainda é melhor tecnicamente que os companheiros de time. Ele ainda atrai marcação especial dos adversários, ele ainda é capaz de encontrar passes decisivos para os outros jogadores, tem a qualidade na bola parada.
Neymar precisa potencializar as qualidades de hoje. Não adianta ele achar que vai dar dez arrancadas por jogo, passando por vários adversários e marcar um gol para concorrer ao prêmio Puskas. Está muito claro que isso não vai acontecer. Mas ele ainda é capaz de dar duas ou três, passar por um ou dois rivais e marcar um gol não tão belo, mas muito importante. É preciso saber dosar.
Não adianta sair correndo do meio-campo para dar o primeiro passe no tiro de meta. Para o time dar um chutão na sequência. É uma besteira sem tamanho. Mas ele pode receber perto da área e encontrar assistências como já fez em muitos jogos no retorno ao clube.
Mais do que isso, Neymar pode fazer jus ao Z da braçadeira de capitão do Santos e ser uma liderança positiva para os companheiros. Apontar o dedo nos muitos erros dos parceiros, reclamar com a comissão técnica e deixar o banco de reservas ainda são atitudes de um garoto mimado que ele diz não ser mais.
Além da falta de qualidade técnica, o Santos de 2025 vive um momento de falta de confiança. Cabe ao líder do time dar o exemplo, a palavra de incentivo, fazer os sacrifícios em nome do coletivo. Deixa a irritação com a ruindade alheia para os torcedores.
Neymar precisa entender que, mais do que o desempenho técnico, é essa postura que pode levá-lo de novo à Seleção Brasileira. Parece claro para todo mundo que a chance dele disputar a Copa do Mundo de 2026 passar muito mais pela “liderança” do que pelo “talento”. É só acompanhar as entrevistas do Carlo Ancelotti para perceber, mas não sei se ele entendeu os recados.
A volta ao Santos, que deveria aproximá-lo do panteão dos Deuses e Reis do futebol, pode terminar com um rebaixamento para a Série B e com a única torcida que sempre apoio o craque dividida em relação a ele.
Neymar tem seis jogos para mudar o caminho dessa história.
Se ele pensar no “Nós”, pode recuperar o “EU”.
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