Peres está suspenso por 15 dias (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Depois de uma segunda-feira conturbada, em que o vice-presidente Orlando Rollo voltou ao Santos, assumiu o clube e pediu o desligamento de quatro membros do Comitê de Gestão, o presidente José Carlos Peres conversou com a imprensa. O mandatário santista chamou o ato de Rollo de golpe e um dos momentos mais tristes da história do clube.

Confira as principais respostas da entrevista:

Sobre o ato de Orlando Rollo

“Considero uma das páginas mais negras do Santos. Uma tentativa de golpe. Gostaria de agradecer aos funcionários do clube, que foram solidários, e ao Comitê Gestor, que continua íntegro, com os mesmos nomes. O que mais nos preocupa agora é que essa turbulência não chegue ao departamento de futebol. Todo mundo sabe que houve uma reunião que permitiu que o Rollo assumisse seu lugar. Ele é vice-presidente do Comitê Gestor e poderá aparecer a cada 15 dias nas reuniões”.

Explicação da punição do STJD

“Ele passou um ano fora e seria bem-vindo, mas invadiu o Santos com 30 pessoas, e dessas 30, ao menos 15 têm processos trabalhistas contra o Santos. E o Rollo foi testemunha contra o Santos. Ele acha que é o presidente em exercício. Eu tive uma punição na última sexta no STJD, que faz a justiça desportiva, no caso, futebol. Eu não posso comparecer aos jogos do Santos e isso é muito claro. Vou cumprir. Não devo assinar nenhum papel relacionado ao esporte. Isso também é claro para mim. Não vou assinar. Isso pode ser feito pelo CG. Por outro lado, posso trabalhar na parte administrativa, no marketing, isso é permitido. STJD soltou um ofício dizendo isso. Acho que isso ficou muito claro nesse ofício que eles soltaram hoje. Não deixei a presidência do clube. Cada um no seu lugar, o meu é como presidente”.

Peres também defendeu o Comitê de Gestão

“Tenho orgulho de ter um comitê gestor com uma lisura muito grande. Nunca pedi para votar qualquer ato em nossas reuniões. Eu coloco e digo: ‘é com vocês’. São pessoas que considero do mais alto nível intelectual. Nenhum responde processo ou coisa do tipo. Só isso que queria dizer de minha parte, e pedir desculpa ao sócio do Santos. Todo mundo está triste por essa página negra que tentaram escrever no clube. Tentaram dar um golpe por 15 dias. Não justificava criar esse clima de terrorismo. Nossos funcionários foram leais ao clube. Lutamos com dificuldades, mas somos transparentes com todos. Eles foram constrangidos hoje. Foi um absurdo”.

Futebol blindado

“Vindo para Santos, a primeira coisa que fiz foi passar no CT para conversar com o Autuori. Ele está muito tranquilo. Pedi para que essa turbulência não chegue aos jogadores. Controlamos o acesso lá para não tirar o foco do futebol. O clube vem em uma ascensão muito boa. Essa semana, o Paulo fará uma reunião com o Sampaoli e talvez eu até participe”.

Possível punição para Rollo

“Quem tomará as providências será CIS. Para ele entrar como presidente, ou eu morro, ou fico doente, ou sou impedido por alguma coisa que não estou esperando. Minha relação com ele é de comitê gestor, só não sei se ele tem clima para assumir. Ele pode discutir os assuntos conosco, sem problema nenhum. Ninguém está proibindo isso. Mas há formas e formas. Hoje foi abrupta. Existe uma possibilidade de punição para ele também”.

Carinho dos funcionários

“Se todo mundo brigasse comigo, os funcionários não ficariam totalmente a nosso favor hoje. Foram generosos e reconheceram o trabalho que se faz aqui. Eles sabem a diferença do Santos de hoje para o do passado”.

Próximos passos

“Minha sala não foi violada. Eles utilizaram uma outra sala, mas o que chama atenção era ter 30 pessoas lá dentro. Do lado de fora também. O STJD se posicionou e a Federação vai se posicionar. As coisas estão claras e não tem o que discutir mais. O advogado falar o que falou é brincadeira. só dando risada. Lamentamos isso tudo. Os próximos dias estão aí. Vamos levantar a cabeça. Todos que estão aqui têm carinho pelo clube, até quem não torce. Vamos falar do Santos que é bom. Tem tanto assunto bom para falar. Notícia boa também vende jornal. Coisas boas dão cliques. Por exemplo, se a gente contratar o Messi, vai dar clique”.

Membro do Comitê de Gestão, Pedro Dória também conversou com o jornalistas. O dirigente santista teve seu carro depredado. Um dos nomes “afastados” por Rollo, ele garantiu apoio ao presidente depois do dia de crise.

“Me sinto honrado em representar os funcionários e reitero aqui o desejo do Comitê de Gestão em apoiar o presidente Peres. Tive meu carro depredado quando cheguei ao clube. Cheguei aqui, os funcionários estavam apreensivos, sem saber o que seguir. Reitero nosso apoio à administração do clube e peço desculpas aos funcionários pelo constrangimento. Estou sendo processado pelo vice-presidente em uma situação que ele me acusa de falsidade ideológica. Mas é resiliência. Estamos juntos nessa, presidente. Só isso que eu queria dizer”.