“O Santos não tem dinheiro”
“O time não tem um meia”
Já estamos quase em junho e as duas frases acima são as desculpas prontas para os problemas do clube dentro e fora de campo. Passou da hora de o Santos ter soluções e não desculpas.
O clube não ficou sem dinheiro em janeiro. A situação é crítica há anos e todos envolvidos no processo eleitoral sabiam disso. Era preciso ter uma estratégia pronta para encarar o desafio e já escrevemos sobre isso aqui.
A tática adotada pelo presidente José Carlos Peres implicava em um risco esportivo e os torcedores estão vendo isso agora com o time no limite da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
O Santos ignorou a alternativa do círculo virtuoso e entrou bem no meio de um círculo vicioso. É goleado pelo Grêmio e tem prejuízo nos dois jogos seguintes, contra Luverdense e Paraná Clube. Perde para o São Paulo e vende apenas 3 mil ingressos para o jogo contra o Real Garcilaso.
Precisamos encarar a realidade brasileira. O torcedor se afasta de time ruim. E o Santos não está ajudando muito. A diretoria sonhou com um treino aberto aos torcedores no Pacaembu na véspera do jogo contra o Corinthians, mas o clima ruim pela derrota na quinta-feira anterior ao clássico mudou os planos. O mesmo aconteceu antes do jogo contra o São Paulo. Treino no sábado no Pacaembu seria aberto, mas a equipe perdeu para o Luverdense e novamente o clima não estava para festa.
Esse foi o maior erro fora de campo até agora, mas dentro de campo o técnico Jair Ventura também cometeu diversos erros. São 11 derrotas na temporada, um número absurdo para uma equipe grande como o Santos.
Sim, não temos meia. Mas o América-MG tem o Serginho, que não servia para o Peixe, como meia e já soma dez pontos no Brasileirão. O Fluminense com problemas financeiros e políticos maiores ainda e um time de garotos tem dez pontos.
São mais de quatro meses de competições e o time não consegue ter um padrão de jogo que agrade ao torcedor. A postura muitas vezes foi covarde, especialmente nos jogos fora de casa. O Santos tem atacantes que entram em campo preocupados em marcar lateral exclusivamente. E a tática é se defender e bola longa no Gabigol ou esperar por uma jogada de craque do Rodrygo, um garoto ainda de 17 anos.
O Santos está no limite da zona de rebaixamento e já enfrentou os três últimos colocados na classificação. Está na hora de uma mudança. Esperar a pausa da Copa do Mundo pode ser tarde demais.
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