O técnico Fábio Carille ajudou a salvar o Santos do rebaixamento (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

A nossa colunista Anita Efraim perguntou dia desses no Twitter por que ela gosta tanto do técnico Fábio Carille. Fiquei curioso com a indagação e fui ver as respostas que ela recebeu. Alguns falaram de questões táticas, outros por ele ter salvado o Santos do rebaixamento, e por aí vai.

Depois de acompanhar a coletiva do treinador nesta sexta-feira, eu tive uma outra resposta. Acho que a Anita e muitas outras pessoas gostam do Carille porque ele é gente como a gente.

“Bom dia, é Bruno, né?”.

Direto ele esquece o nome dos jornalistas que fazem as perguntas.

Ele quer mostrar educação e tratar todos pelo nome, mas ele quase nunca consegue lembrar.

Nesta sexta, ele deu um “boa noite” para um dos jornalistas.

A entrevista começou às 13 horas.

Quem nunca?

Me lembrei de uma matéria especial feita pelo Globo Esporte na época em que ele dirigia o Corinthians. Um dos membros da comissão técnica entregou que ele gostava de tirar um cochilo de uns 30 minutinhos depois do almoço.

Poxa vida. Essa pestaninha de 30 minutos no começo da tarde é vida! Tamo junto, Carille.

No começo da semana, um dos membros do canal, o Lucas Flausino, encontrou o Carille em um restaurante na zona oeste de São Paulo.

Não era um daqueles restaurantes finos, em que você paga R$ 250 por um prato de 37,7 gramas.

Era um buffet de R$ 47 para comer à vontade, daqueles em que na quarta tem a tradicional Feijuca.

Carille é um cara simples, humilde, que conquistou sucesso com muito trabalho.

As coletivas dele não tem muitos termos técnicos, não tem aquele distanciamento de um treinador que passa a imagem de um ser superior, de alguém que conhece mais do que todos os outros.

Existe um conceito hoje em dia na educação de que o conhecimento não está apenas do lado do professor.

Carille não se posiciona como o dono da verdade.

Ele explica o que tentou fazer, admite o que deu errado, reconhece os erros.

Foi essa postura que o manteve no clube nos momentos mais difíceis do início do seu trabalho, quando os resultados ainda não apareciam.

Não existe apenas um caminho para você ganhar no futebol.

O caminho do Carille, que já se mostrou vencedor, não é aquele que eu mais gosto.

Por isso, tenho minhas críticas ao treinador Carille.

Ao ser humano Carille, só elogios.