
João Paulo com um dos diversos prêmios de melhor em campo que ganhou no Santos (Crédito: Divulgação SantosFC)
Diego Pituca foi um dos destaques do Santos na campanha do vice-campeonato brasileiro de 2019 e do vice da Copa Libertadores de 2020. Era apontado como uma espécie de representante dos torcedores dentro de campo. Mesmo com limitações técnicas, foi vendido ao Japão e deixou o clube em 2021 com a imagem de um craque (ou quase isso). Voltou como uma estrela, não repetiu o bom desempenho (ao menos no imaginário santista) e saiu novamente para o Japão, desta vez quase como um ex-jogador.
João Paulo foi titular do Santos no título da Copinha de 2014. Preterido por John na final da Libertadores de 2020 (algo apontado por muitos como um erro naquele momento), virou titular incontestável, quase um ídolo (mesmo com claras deficiências, como a saída do gol) em alguns dos piores anos da história do clube, culminando com o rebaixamento para a Série B. Perdeu a posição de titular após uma grave lesão e deixa o clube por empréstimo ao Bahia quase como um bagre (na visão dos torcedores).
São apenas dois casos que mostram a bipolaridade do Santos e seus torcedores. Podemos citar dezenas de outros, como Ângelo, que foi de menino prodígio, o craque mais jovem a fazer um gol na história da Libertadores, a bagrinho do “poderoso Arabão”. Deivid Washington, que era melhor do que Yuri Alberto, Kaio Jorge, Marcos Leonardo, vendido ao Chelsea por 15 milhões de Euros (“pior crime da gestão Rueda”) e hoje um bagre que tem de ser reserva de Luca Meirelles.
Você que está lendo este texto certamente está neste momento lembrando de outros casos.
Diego Pituca e João Paulo nunca foram craques, mas também não são bagres. O excesso de elogios têm como base uma torcida carente de ídolos de verdade (olhem o caso Soteldo), carente de conquistas (o último título foi em 2016), acostumada com contratações estapafúrdias (como Carabajal, Patrick, Thaciano), que valoriza demais os poucos bons momentos e destaques que aparecem no clube.
O excesso de críticas, além de algo comum no ambiente virtual, deve-se em parte ao acúmulo de frustração do santista, que vê Meninos da Vila deixando o clube na primeira proposta ou voltando ao Brasil para defender rivais do Peixe, que estão cansados da frase “deixe o Santos e seja campeão”.
Esse torcedor precisa apenas de uma faísca para sonhar com dias melhores, mas constantemente são confrontados com a realidade de um clube que não faz o mínimo esforço para se organizar, se profissionalizar e dar ao torcedor uma esperança real de que os grandes momentos do passado retornarão.
O “Santos grande de novo” e o “processo de reconstrução” não passam de frases vazias, de marketing político.
O ambiente externo o clube não pode controlar, mas as ações internas sim. Como a hora certa de encerrar ciclos ou de promover talentos da base. Como oferecer condições para que todos os jogadores possam apresentar o melhor das suas capacidades. Como ajudar na comunicação dos atletas com os torcedores.
Hoje temos Guilherme, que está na linha fina entre bagre e craque a cada semana e, assim como Pituca e João Paulo, não é uma coisa e nem outra. É um jogador operário, que pode ajudar em um contexto decente.
Temos Robinho Jr, que é o novo potencial raio, promovido muito antes da hora, ainda em formação, correndo o risco de virar bagre em pouco tempo se as conquistas seguirem distantes do Memorial.
Ou o clube acorda ou a lista de “bagres” continuará maior que a de craques e jogadores com potencial para ajudar continuarão a ter os talentos desperdiçados. E os títulos seguirão longe da Vila Belmiro.
Gio vc tem um olhar lúcido sobre os fatos na Vila. Foco triste em saber que dirigentes não lêem tais matérias e mesmo anos de erros grosseiros estes se renovam como se burrice as vezes fosse lei.
Concordo com a oratória de um modo geral. Porém, a questão principal da postura do Santos se fazer parecer pequeno, é sobretudo, nas suas gestões, que há décadas vêm fazendo contratações com valores absurdos de jogadores que além de não dão o retorno técnico enquanto resultado prático. Duas vezes absurdo, pq não sendo utilizados e desintegrados, é o clube que acumula dívidas e mais dívidas, é o que clube não tem como não assumir e seja do jeito que for, vai pagar.
Concordo com a oratória de um modo geral. Porém, a questão principal da postura do Santos se fazer parecer pequeno, é sobretudo, nas suas gestões, que há décadas vêm fazendo contratações com valores absurdos de jogadores que em desempenho prático, não trazem retorno técnico satisfatório. Duas vezes absurdo, pq não sendo utilizados e desintegrados, é o clube que acumula dívidas e mais dívidas. Não tem como não assumi-las e seja como for, o Santos tem que pagar.