Na década de 80 o Santos teve um presidente que torcia para o Corinthians (Crédito: Diário do Peixe)

A atual situação financeira e política do Santos faz os torcedores lembrarem de uma das piores épocas da história do clube, a segunda metade da década de 80. Sem títulos desde 1984, sem estrutura e sem dinheiro, o clube chegou a uma situação em que ninguém queria assumir a presidência.

Em 1987, após a saída de Milton Teixeira do cargo, a presidência do Santos caiu no colo de Manuel do Santos Sá, conhecido como o “Maneco das Tintas”, por ter uma fábrica de tintas na cidade. Segundo os relatos da época, Maneco era torcedor fanático do Corinthians e tinha o símbolo do rival até mesmo no seu cartão de apresentação pessoal. Mesmo assim, Manuel do Santos Sá teria investido R$ 30 milhões de cruzados no clube.

A passagem de Manuel do Santos Sá no clube durou pouco. Em 1988, ele acertou a venda de César Sampaio e Marco Antônio Cipó por US$ 1 milhão para um clube da Arábia Saudita, através do empresário Juan Figer. O Conselho Deliberativo, no entanto, vetou a transação. Na época, Marco Antônio Cipó era visto como um “novo Pelé”.

Inconformado com a decisão, Manuel do Santos Sá decidiu renunciar ao cargo.

“Eu nem santista sou. Estou aqui para ajudar. Se eles não querem ser ajudados, não posso fazer nada”, teria dito o ex-presidente para justificar a saída.

Manuel do Santos Sá foi substituído por Otávio Adegas, de forma interina. Em seguida, por Miguel Assad. Em 91, César Sampaio foi trocado por Ranielli e Serginho Fraldinha. Marco Antônio Cipó logo perdeu o brilho, deixou o Santos e passou a rodar por times menores, do interior.

*A seção Fato ou Fake é publicada às terças no DIÁRIO.