Gustavo Vieira ao lado de William Machado em um dos treinos do Santos no CT Rei Pelé (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

O agora ex-executivo de futebol do Santos, Gustavo Vieira, falou pela primeira vez sobre a saída do clube na manhã desta quarta-feira, em entrevista à Espn Brasil. O profissional criticou o ambiente político do Peixe e deixou no ar possíveis disputas pelo poder entre os novos integrantes da diretoria.

“Nós entendemos os processos políticos quando uma nova gestão começa. Entre as pessoas passa a ter um certo assentamento e disputa de poder, cobiça pelo espaço e isso gera distúrbios no ambiente. Pessoas sem protagonismo passam a ter força política que não foi mensurada antes. Outros, que esperavam ser protagonistas, podem se enfraquecer. Isso é um desafio para saber a linha de comando. É preciso ter essa linha de comando forte no futebol”, afirmou o dirigente.

Gustavo Vieira deixou claro também que a demora nas negociações, uma das críticas dos torcedores ao trabalho da nova diretoria, deve-se ao ambiente e à falta de informação sobre a situação financeira do clube.

“Quando a interlocução está poluída, com decisões tomadas e depois recuadas, o processo não caminha para um lugar bom. A própria gestão tem dificuldade de encontrar uma noção sobre o orçamento do departamento. Caberia a nós ter controle do orçamento e potencial de investimento, mas as informações eram muito restritas”, analisou.

O ex-dirigente revelou que a negociação com o meia Lucas Zalarayán, do Tigres, foi frustrada por esse motivo.

“ Eu venho pessoalmente acompanhando o Lucas há um ano e meio. Foi uma invenção que eu tive para suprir uma carência de mercado. Foi um processo difícil, especialmente quando não se tem noção do orçamento do departamento. O River fez uma proposta maior, aconteceram fatores que fogem ao controle do clube e a negociação foi frustrada”, explicou.