Recordar é viver. Foram quase duas décadas completas fora da principal competição do futebol sul-americano, mas em 2003 o Santos quebrou esse tabu com uma campanha histórica. Sem disputar a Copa Libertadores desde 1984, o Peixe voltava ao torneio após o inesquecível título do Brasileirão de 2002, liderado por Robinho e Diego.

Com um futebol alegre, envolvente e muito ofensivo, o alvinegro praiano deu o que falar e chegou à decisão da Libertadores após exatos 40 anos. O grito de tricampeão não veio, mas aquela geração ficou marcada pela retomada de um gigante adormecido. Afinal, de lá para cá o Santos voltou a jogar com frequência o certame continental, disputou mais duas finais e foi campeão em 2011.

Fora do torneio nos últimos dois anos, o Peixe está longe de ser um dos favoritos para terminar na zona de acesso à edição da próxima temporada, inclusive entre os apostadores. Com odds a 40,00 em caso de classificação da equipe da Vila Belmiro à maior competição do continente sul-americano, a Betano oferece apostas de futebol para todas as principais ligas do mundo todo. Apesar do atual momento de baixa, o alvinegro tem muita tradição quando o assunto é Copa Libertadores.

Dono de um histórico invejável, o Peixe disputou 16 vezes a competição, tendo alcançado as semifinais em nove delas, com cinco decisões no currículo. Foram ainda quatro quartas de final, uma queda nas oitavas e apenas duas eliminações na fase de grupos. Por seis vezes, o clube terminou com o melhor ataque do torneio: em 1962 (29 gols), 1965 (18), 2003 (30), 2004 (21), 2007 (28) e 2012 (23).

A campanha inesquecível de 2003

Bicampeão em 1962 e 1963, o Santos teve dois hiatos de 19 anos sem jogar a Libertadores, entre 1965 e 1984 e depois entre 1984 e 2003. Mantendo nove dos 11 jogadores titulares no título do Brasileirão, o alvinegro da Vila Belmiro trouxe Ricardo Oliveira para ser o centroavante, e o Pastor comprovou o faro de gols ao ser o artilheiro do torneio, com nove gols.

A estreia diante do América de Cali (COL) foi um show à parte: 5 a 1, com direito a elástico, chapéu e caneta de Robinho. Foram quatro vitórias e dois empates na primeira fase, com 14 gols marcados e cinco sofridos, garantindo a segunda melhor campanha geral.

Fábio Costa brilha nas oitavas

O primeiro duelo no mata-mata foi contra o Nacional (URU). Após empate por 4 a 4 em Montevidéu, o Peixe chegou a abrir o placar em casa antes de sofrer uma virada inesperada e buscar nova igualdade apenas na segunda etapa com um gol contra. A decisão foi para os pênaltis e abriu espaço para o grande herói da noite. Em uma de suas maiores atuações, Fábio Costa fez três defesas em quatro cobranças e garantiu a classificação do Peixe para a próxima fase.

Golaço de Diego nas quartas

O Cruz Azul (MEX) foi o adversário do Santos nas quartas de final e esteve duas vezes na frente do placar, jogando na altitude do Estádio Azteca, na Cidade do México. O time brasileiro só conseguiu o empate por 2 a 2 após um golaço de Diego, que encobriu o goleiro e o zagueiro do time rival com chute colocado da intermediária. Na volta, uma vitória apertada por 1 a 0 levou o Peixe à semifinal.

Duas vitórias na semi

Foi difícil, mas os Meninos da Vila superaram o Independiente Medellín com dois triunfos. Em casa, outra vitória magra com gol de Nenê aos 23 minutos do segundo tempo. O jogo de volta na Colômbia foi mais aberto, com cinco gols. O último deles aos 42 minutos da etapa final, marcado pelo lateral-esquerdo Léo para sacramentar o triunfo por 3 a 2 e a vaga na decisão após 40 anos.

Queda de pé na decisão

Assim como em 1963, o adversário da final era o Boca Juniors (ARG). Mas, diferentemente do primeiro embate entre as equipes, desta vez o Santos foi superado em dois jogos e ficou com o vice-campeonato: derrotas por 2 a 0 na Bombonera e por 3 a 1 no Morumbi, diante de 74 mil torcedores alvinegros. Apesar do resultado, o Peixe foi valente e teve suas chances. No fim, pesou a experiência dos argentinos diante da juventude santista.