Imagem externa de como ficaria a Vila Belmiro pelo projeto Retrofit (Crédito: Reprodução)

Na última quinta-feira, o arquiteto Arthur Katchborian apresentou aos conselheiros do Santos e imprensa o anteprojeto do Retrofit da Vila Belmiro. O encontro durou mais de duas horas e contou com a presença do presidente José Carlos Peres, do arquiteto responsável pelo anteprojeto e de um advogado do Bolton Group (João Paulo Campos), um dos possíveis interessados no financiamento da obra.

Os torcedores ficaram com muitas dúvidas sobre o anteprojeto. Então, o DIÁRIO DO PEIXE faz uma explicação sobre os principais pontos discutidos na reunião e sobre os próximos passos para a aprovação do projeto no Conselho Deliberativo e início da obra. Confira abaixo:

O que foi apresentado na última quinta-feira já é o projeto definitivo?

Não. O próprio arquiteto chamou o modelo apresentado de “plano diretor”. Durante a reunião, muitos conselheiros fizeram perguntas com dúvidas e fizeram algumas sugestões. O presidente José Carlos Peres sugeriu a criação de uma comissão no Conselho Deliberativo para reunir todas as sugestões dos conselheiros e passar as modificações aprovadas para que o arquiteto possa fazer as adequações para a apresentação do projeto definitivo.

Como ficaria a Vila Belmiro com o novo projeto?

Os alojamentos das categorias de base, do futebol feminino, restaurante que existem sob a arquibancada seriam recolocados para o Centro de Treinamento. Os vestiários seriam realocados para a lateral da Princesa Isabel. O gramado seria elevado em 40 cm e o campo será centralizado. A Arena teria dois anéis. No primeiro deles, a capacidade seria para cerca de 8 mil lugares. O segundo anel teria uma capacidade um pouco maior. A capacidade de banheiros seria dobrada. O plano de evacuação levaria de quatro a oito minutos. Todos os lugares seriam cobertos.

O estacionamento para os ônibus das delegações e vans de transmissão ficaria no local onde hoje está localizada a quadra. A ideia é que toda a área administrativa do clube e o Memorial das conquistas, que hoje ficam no estádio, seja transferida para o Museu Pelé.

Qual seria a nova capacidade do estádio com o novo projeto?

O projeto apresentado prevê uma capacidade entre 18 e 20 mil lugares. Segundo o arquiteto, a média de público no estádio atualmente é de 9 mil lugares. O Santos teria de trabalhar com a média de ocupação em torno de 80% do estádio. Se o número for atingido, a média de público do Peixe passaria para cerca de 16 mil pagantes.

Esse foi o maior ponto de dúvidas para os conselheiros. Muitos pediram um estádio com capacidade para ao menos 25 mil pessoas. Segundo o arquiteto, a capacidade nominal da Vila hoje é de 17.000 pessoas, mas ele não acredita que o estádio comporte mais do que 15.500 pessoas sentadas.

O Santos depende da prefeitura desapropriar alguma área para a realização do projeto?

Não, mas os arquitetos já conversaram com a Prefeitura para que a Rua Princesa Isabel seja transformada em uma rua de trânsito local e seja transformada em uma espécie de Boulevard na frente da Vila Belmiro. Segundo o arquiteto, as sugestões foram bem-vindas.  Na Rua Dom Pedro, a arquibancada invade a calçada. A ideia é manter a “invasão” por ser um direito adquirido, ter um novo lance de calçada para a população usando o espaço que serve hoje apenas para o estacionamento de veículos.

Quais os prazos para a reforma da Vila?

O projeto de arquitetura de oito meses a um ano, sendo de quatro a seis meses para licenciamento nos órgãos competentes. A obra, dependendo do fluxo de caixa, levaria de um ano a um ano e meio. Ou seja, a partir da aprovação do projeto no Conselho Deliberativo o prazo para o inauguração da nova Arena seria entre dois e dois anos e meio. Se o projeto for aprovado ainda em 2019, provavelmente a nova Vila Belmiro ficaria pronta em 2022.

Qual o custo para a realização da obra?

Duas empresas fizeram um orçamento para a realização das obras. Eles apresentaram custos de R$ 220 e R$ 237 milhões. O custo por lugar está entre R$ 10 e R$ 12 mil.

Como seria feito o pagamento do Retrofit?

O Bolton Group é um dos interessados. Durante a reunião, o advogado do grupo não deu detalhes sobre o modelo de financiamento e chegou a irritar alguns conselheiros. O presidente José Carlos Peres chegou a afirmar em um determinado momento que a ideia inicial do grupo era assumir o naming rights do estádio “Arena Bolton” e emprestar sem juros o valor restante para o financiamento da obra sem juros, mas o dirigente não soube de dizer se a proposta está válida.

O CEO do Bolton Group, Roberto Diomedi, não participou da reunião pelo nascimento de um filho. Ele deve vir ao Brasil nas próximas semanas para apresentar o modelo de negócio ao comitê de gestão. Depois, o modelo de negócio teria de ser aprovado pelo Conselho Deliberativo.