
Jesualdo Ferreira gostou do primeiro tempo do Santos, mas diz que equipe ainda precisa evoluir (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)
O técnico Jesualdo Ferreira afirmou que o Santos teve uma atuação próxima ao que ele quer da equipe, mas disse que o time ainda precisa trabalhar bastante para corrigir os erros do empate diante do Red Bull Bragantino, por 0 a 0, na Vila Belmiro. Em entrevista coletiva após a partida, Jesualdo fez uma análise da partida e indicou os pontos positivos e negativos do desempenho do Santos.
“Vocês conhecem os jogadores melhores do que eu ainda. Ainda não tem nada fixo. Na primeira parte eles jogaram aquilo que eu quero: próximo, pressionar o adversário, ganhar a bola e chegar até os jogadores de frente. Na segunda fase do jogo, faltou manter a bola e equilibrar, faltou um pouco disso. Isso é o que eu vi o retrato do jogo. Alguns tiveram momentos bons, mas isso também é normal. Foram só duas semanas de trabalho, a primeira foi de reconhecimento e a segunda de treino. Nos cantos ofensivos, as jogadas foram básicas. Temos de treinar mais isso. É trabalhar. Vontade os jogadores têm, nós também. Vamos à luta”, detalhou o português.
Questionado se o Santos estava pronto para a partida, Jesualdo falou sobre a curta pré-teporada do futebol brasileiro, mas se disse satisfeito com o futebol apresentado pela equipe após apenas 12 dias de treinos.
“Depois dos 12 dias, estava pronto, não tinha alternativa, tinha de jogar. A equipe foi capaz durante muito tempo de jogar aquilo dentro do nosso trabalho. Juntos, com pouco espaço ao adversário. Equilíbrio, os 60 minutos de jogo o RB Bragantino não conseguia ganhar espaço. É difícil ainda, temos de ter fato e clareza naquilo que vai fazer. A equipe jogou muito depressa, a bola saia depressa. Ela que anda e nós não corremos muito. É trabalhar. Não conheço outra forma de iniciar”, concluiu.
O Santos volta a campo na próxima segunda-feira, quando enfrenta o Guarani, às 20h no Brinco de Ouro, em Campinas.
Havia uma expectativa muito grande de qual seria a cara desse time comandado pelo “professor” Jesualdo e a comparação com o início do Sampaoli era inevitável. Sob o comando do argentino, o Santos, desde os primeiros jogos, apresentou muita intensidade e marcação alta para tomar a bola do adversário. O time ficava com a defesa exposta, mas era extremamente ofensiva e vários jogadores, criticados pela capacidade técnica, que nunca tinham conseguido mostrar utilidade, apareceram, como o Jean Mota, Sasha e o próprio Alisson. O Sampaoli mesmo, por várias vezes, afirmou que faltava qualidade técnica, de modo que o time tinha que ser fiel ao seu esquema tático. É certo que a defesa exposta e as invenções (principalmente aquela de jogar com três zagueiros) e os deslocamentos de jogadores para outra posições geraram críticas, mas não há como contestar que o time foi competitivo e, com alguns reforços e pequenas correções poderia se tornar competitivo. No caso do Jesualdo, que disse que o que foi apresentado ontem já está próximo do que ele espera, ainda que considerando o pouco tempo que teve para treinar a equipe, foi uma decepção, porque não sobrou nada do que tinha de bom do trabalho do Sampaoli e não mostrou nada de positivo. Time lento na transição e sem criatividade no ataque. Mesmo no condicionamento físico, o time na época do Sampaoli ja estava num nível mais avançado. Ficou a impressão de que o professor está mesmo aposentado, defasado nos conceitos e que não apresenta nada que um desses treineiros tupiniquins não poderia fazer de maneira idêntica. É cedo, está apenas no início do trabalho, mas precisa evoluir muito para não ter pesadelos com fantasmas no Brasileirão. Em termos de conquista, o Flamengo está muito na frente, o Palmeiras, do Luxa, vem forte, o Corinthians está com cara nova, e o Bragantino tem condição de contratar jogadores melhores que os do Santos.