Felipão é um dos nomes que o Santos acredita que se encaixa no perfil (Crédito: CAM/Divulgação)

Depois de quatro derrotas seguidas, o Santos já discute a permanência do técnico Fábio Carille e começa analisar o perfil de um possível sucessor do treinador.

A diretoria não só vê pressão da torcida e das redes sociais, mas também uma pressão interna como o próprio Comitê de Gestão pedindo uma troca imediata no comando.

A cúpula santista entende a dificuldade de encontrar um profissional no mercado, mas uma ala chegou a um consenso de encontrar um técnico com ‘perfil de Série B’. Um dos nomes levantados e defendidos é o de Léo Conde que foi campeão pelo Vitória no ano passado.

Porém, o Diário apurou que o presidente Marcelo Teixeira tem falado para pessoas próximas que o nome de preferência do mandatário é o de Felipão, pelo perfil de vencedor e de comando no vestiário.

A partida contra o Goiás na quarta-feira (19), às 19h, na Vila Belmiro, pela 11ª rodada da Série B do Brasileirão pode ser o último jogo do Carille pelo clube. Por hora, a multa rescisória com o profissional e também da situação envolvendo o V-Varen Nagasaki (Japão) ‘seguram’ Carille no comando.

A gestão entende que há muitos fatores que possam envolver a saída do técnico, principalmente, no quesito financeiro. Ainda mais com o imblóglio com o time japonês que não só envolve Fábio Carille, mas multa de toda a comissão técnica que daria cerca de R$ 22 milhões e pode até levar o Alvinegro a um novo Transferban.

Enquanto isso, Carille segue a preparação com o elenco para enfrentar o time goiano e pode ter a segunda passagem pelo Santos encerrada nos próximos dias. No início de maio, o Vasco fez uma consulta para entender a situação do treinador no Peixe.

Na ocasião, o treinador deu uma coletiva falando do projeto que tem com o Alvinegro e projetou longevidade no comando visando acesso à Série A em 2025. Atualmente, o rival Corinthians, ex-clube do técnico em que foi campeão paulista e brasileiro, também estaria monitorando a situação do profissional.

MUDANÇAS NO DEPARTAMENTO DE FUTEBOL?

Além disso, o clube estuda outras mudanças como a saída de Alexandre Gallo, coordenador de futebol, e da comissão técnica permanente composta pelo auxiliar técnico Marcelo Fernandes e pelo treinador de goleiros Arzul.

Na última segunda-feira (10), o presidente Marcelo Teixeira foi questionado sobre a permanência desses mesmos profissionais em 2024 após o rebaixamento no ano passado na reunião do Conselho Deliberativo. Em relação ao Gallo, o mandatário afirmou que o coordenador ficou por conhecimento do elenco e econômia, mas já não descartava um novo profissional.

“Primeiro entendemos que o Gallo poderia dar a sequência pelo conhecimento que ele tinha do elenco anterior e pela rapidez que ele poderia recompor o grupo por conhecer os contratos em vigência, as possibilidades de o Santos tirar alguns jogadores e acabou acontecendo na primeira etapa”, destacou.

“A vaga de gerência executiva de futebol é acumulada também por uma questão financeira. Se você vai buscar um profissional no mercado tem de desembolsar um valor maior do que estava previsto. Conversamos sobre isso no Comitê de Gestão. É uma escolha que precisa ser muito bem feita no sentido de você ver o perfil ideal para o momento do Santos, o planejamento que será feito. Não descarto a possibilidade Não porque o Gallo não esteja cumprindo, mas porque entendemos que a gente devia economizar na questão porque não sabíamos o perfil dessa contratação”, explicou.

Marcelo Teixeira também revelou uma conversa direta com Marcelo Fernandes e contou que a ideia inicial do profissional era seguir como técnico, mas ele foi convencido a mudar de posição em uma reunião na faculdade de propriedade do presidente.

“Eu tive um encontro ainda na faculdade e nesse encontro o Marcelo Fernandes tinha comentado que gostaria de continuar como técnico no Paulista. Ele tem uma história no Santos como jogador, como treinador, e teve o pior resultado da carreira assumindo o Santos no momento que assumiu, de uma forma corajosa, mas não tirou o Santos daquela situação, não apenas por culpa dele. Tive uma conversa direta e franca no intuito dele entender nosso propósito. Ao entender, ele falou, emocionado, que não permaneceria como técnico do Santos. Por uma questão de reconhecimento da história do Santos, no momento de grave crise financeira, que priorizaríamos investimos em outros profissionais, nós mantivemos o Marcelo Fernandes e o Arzul. Por uma questão de princípio e respeito, decidimos assim, como a comissão técnica permanente”, afirmou Teixeira.

O dirigente citou a contratação do preparador de goleiros Oscar Rodriguez para a comissão técnica (chamado de Hugo pelo dirigente na reunião) e voltou a citar a história de Marcelo Fernandes no clube para justificar a permanência.

“Não queríamos que ficasse uma marca registrada nesses profissionais da queda da Série B do Campeonato Brasileiro. Não só por ser familiar do José Paulo Fernandes e ter uma história no Santos. (A decisão) Não foi adotada apenas no aspecto profissional, mas para que ele não ficasse com uma marca tão forte de um rebaixamento, que ficará marcado de uma maneira tão triste para todos os santistas”, completou.

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