
Técnico gosta de mudar o esquema de acordo com o adversário, mas falou de suas ideias (Crédito: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC)
Após a demissão de Jair Ventura, o Santos anunciou no final de julho a contratação do técnico Cuca. O comandante chegou para sua segunda passagem pelo Peixe e pegou um time em má fase e que ainda não tinha encontrado seu melhor desenho tático.
Desde que assumiu, Cuca vem testando formações e atletas em posições diferentes das utilizadas por Jair Ventura. Ele já deslocou Victor Ferraz para o meio, por exemplo, e voltou a jogar com Gabigol como centroavante, como no início do ano. Além disso, utilizou um teórico 4-2-4 fora de casa, contra o Cruzeiro, mas que se desenhou na verdade um 4-1-4-1.
Entre as ideias que Cuca ainda quer testar estão a utilização de Diego Pituca na lateral-esquerda, posição em que ele já atuou no Botafogo-SP antes de chegar no Peixe. O comandante disse que ainda precisa de um domínio do elenco e, em uma comparação feita com o Palmeiras de 2016, revelou ainda estar em busca de seu “Cleiton Xavier”.
Confira a terceira e última parte da entrevista exclusiva que o treinador concedeu ao Diário do Peixe. A primeira parte foi publicada no sábado e a segunda você pode conferir aqui.
Diário do Peixe: O ex-técnico do Santos, Jair Ventura, gostava de utilizar o 4-2-4, mas nunca conseguiu obter real êxito na formação. Na última quarta-feira, você também escalou quatro atacantes no jogo contra o Cruzeiro e conseguiu uma vitória dentro do Mineirão. É um esquema que te agrada?
Cuca: Pra jogar com os quatro atacantes nós denominamos um esquema que foi o 4-1-4-1. Então quando perdesse a bola, retornava o esquema. Fizemos com Arthur, Pituca, Bruno e Rodrygo, atrás o Renato e à frente o Gabriel. Sempre que fizemos isso na retomada deu certo. Mas às vezes no jogo o adversário está atacando por dentro e não dá tempo de retomar esse esquema, principalmente os meias que saíram pra jogar. Pelo lado tivemos algum problema, mas corrigimos depois com a entrada do Jean Mota, defensivamente. Em termos ofensivos foram relativamente bem, mas dá pra melhorar. O Arthur não jogava há muito tempo, sentiu o cansaço do jogo, requer tempo de treinamento e não tem tempo pra treinar.
Diário: Em 2016 o seu Palmeiras que foi campeão brasileiro utilizava um volante de proteção para jogos fora de casa, o Thiago Santos, e um meia criativo para jogos em casa, o Cleiton Xavier. No jogo da Copa do Brasil, quando você precisou propor, quem saiu do time foi o Alison. Ele pode ser o Thiago Santos daquele ano?
Cuca: É boa sua comparação, mas eu ainda não tenho o domínio aqui que eu tinha lá. Tenho que achar ainda o ‘Cleiton Xavier’ aqui. Tenho que encontrar e às vezes você não tem. Você tem que se aproximar com o que você tem e eu tenho que entender as coisas aqui. O Alison é importante pra nós. Eu entendia que no jogo contra o Cruzeiro a gente não podia ficar defendendo, então eu joguei sem volante. Depois ainda tirei o Renato e coloquei o Pituca como primeiro volante e ainda quero ver ele na lateral esquerda. Alguma coisa me diz que ele vai ser um baita lateral pelo que eu tenho sentido nos treinos. Quero ir descobrindo coisas novas com os meninos que eu gosto muito de trabalhar. Eu já coloquei o Jean ali contra o Ceará e quero colocar o Pituca. Sinto que ele tem todos os predicados de um bom lateral: é leve, é responsável na marcação, tem um bom cruzamento, é grande… Vamos trabalhar ele ali também.
Diário: Com essa hipótese de utilizar o Pituca na esquerda, você acha que daria pra fazer a mesma inversão feita com Victor Ferraz e Daniel Guedes na direita, com o Dodô na esquerda, ou seja, puxar o Dodô pro meio-campo?
Cuca: Eu não vejo no Dodô uma condição dele ir por dentro como faz o Victor que tem mais essa característica de flutuar pelo meio. O Dodô até por ser “europeu” é aquele cara mais responsável na marcação, que fica mais na linha de quatro e se incomoda mais em defender.
Diário: Quando o Carlos Sánchez chegou e o Santos estava em má fase, foi perguntado a ele se o Peixe poderia jogar como o Uruguai, com duas linhas de quatro, mais fechado e buscando uma bola para ganhar o jogo. Ele disse que era uma alternativa. É?
Cuca: Jogar como Uruguai? É uma boa, uma boa, vamos trabalhar isso também. Vamos trazer Cavani e Suárez. Fala para o Sánchez isso (risos). Tá fechado!
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