A primeira fase do Campeonato Paulista terminou e o humor do torcedor em relação ao futuro do Santos mudou tanto quanto a escalação titular do técnico Jair Ventura. Foram 12 escalações diferentes (13 contando a Libertadores) e reações que foram da vergonha à empolgação e, no início das decisões do primeiro semestre, o torcedor ainda não tem total confiança no time. Simplesmente porque, apesar de todos os testes, Jair Ventura não encontrou o time.

O treinador não tem 100% de culpa pelo Santos chegar no momento mais importante do ano com um time que ainda não jogou junto na temporada, mas tem sua parcela de contribuição para isso e ela não é pequena.

Fogem da responsabilidade do treinador as lesões de Bruno Henrique, Lucas Veríssimo e Victor Ferraz durante o Paulistão, a irregularidade de jogadores jovens como Arthur Gomes e Daniel Guedes, a demora nas contratações de Gabigol e Dodô e as constantes suspensões de Alison.

Os outros “problemas” tem o dedo do treinador e, para o jogo contra o Nacional na quinta-feira, dois deles são preocupantes: os companheiros de Alison no meio-campo e o trio de ataque que jogou junto por apenas oito minutos (diante da Ferroviária).

Vecchio, apesar de criticado por grande parte dos torcedores, foi titular em 11 dos 12 jogos da equipe. Só ele e Vanderlei jogaram tanto. Na maioria desses jogos, o argentino atuou ao lado de Renato, embora qualquer pessoa que conheça minimamente o jogo percebesse que a dupla não funcionava. Nos testes, Jair Ventura sempre optou por atuar com Vecchio e mais um. Léo Cittadini parece ter sido quem mais agradou e tornou-se o provável titular.

O treinador não poderia ter testado Renato e Vitor Bueno (como foi contra o São Bento, mas com a ajuda de outros titulares) ou Renato e Jean Motta? Alison, Léo Cittadini e Vecchio está longe de ser o meio-campo dos sonhos do torcedor.

No ataque, Jair Ventura insistiu demais com Arthur Gomes (que começou bem, mas logo entrou em queda livre) e Copete (que terminou como reserva do reserva). Rodrygo, a maior promessa do clube para os próximos anos, só virou titular no clássico contra o Corinthians. E começou bem por um lado do campo e logo o treinador o mandou para outro.

O Paulista serviu também para o Santos perceber que Romário não tinha condições de jogar em um grande clube. Quem o acompanha desde os tempos de Red Bull Brasil já sabia disso, mas o Peixe resolveu apostar e lhe deu um contrato de 5 anos. Herança do Modesto? Talvez. Mas a diretoria atual disse que poderia cancelar o acordo, mas não o fez.

Para o Brasileiro, o clube precisa contratar ao menos dois jogadores para o meio-campo. Daqueles que cheguem, vistam a camisa e já vão para o jogo. Não pode demorar tanto como demoraram para estrear Gabigol e Dodô.