Jorge Sampaoli está ficando isolado no Santos (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

São apenas seis pontos conquistados dos últimos 24 disputados, um aproveitamento de 25% dos pontos. No Brasileirão, 25% é o índice do Avaí, penúltimo colocado. O CSA, próximo adversário e 18º colocado, tem 30%, por exemplo. A série de quatro jogos sem vitória é a pior do Santos na temporada.

O momento ruim levantou uma série de dúvidas sobre os bastidores do Peixe e eles mostram um técnico Jorge Sampaoli em um cenário de isolamento dentro do clube.

O DIÁRIO apurou que entre os jogadores não existe um movimento orquestrado para “derrubar” o treinador, mas a insatisfação de alguns atletas não passa mais desapercebida. A má fase coincidiu com as primeiras cobranças públicas de jogadores sobre o modelo de jogo do clube e as decisão do treinador.

Jogadores estão insatisfeitos com as trocas constantes de escalação (são 21 formações diferentes no Campeonato Brasileiro). Os mais novos estão incomodados com a falta de oportunidade. A declaração do treinador de que nas categorias de base não existe jogadores prontos para o profissional incomodou. Kaio Jorge chegou a publicar a mensagem “vai entender” nas redes sociais, mas apagou o post em seguida.

Se alguns jogadores demonstram descontentamento, parte da diretoria e de pessoas próximas ao presidente José Carlos Peres já não esconde mais a irritação com algumas decisões do técnico. Uma delas é a não utilização do volante Jobson, que não foi indicado por Sampaoli. As críticas constantes ao clube também não agradam. Publicamente, dirigentes defendem o técnico, mas as reclamações são feitas constantemente em contatos reservados.

Paulo Autuori, contratado entre outras coisas para fazer o meio-campo entre a diretoria e a comissão técnica, não tem atuado nesse sentido. O diretor tem atuado no planejamento do clube, integração entre as categorias, mas sua relação com Sampaoli é bastante distante. O técnico se apóia em Gabriel Andreata, gerente contratado no início do ano por sua indicação e praticamente sem função no clube após as chegadas de Autuori, da contratação de Kleber Thomas e da volta de Renato.

A sensação de quem vive o dia a dia do clube é que o Santos está em uma panela de pressão prestes a estourar.