José Carlos Peres corre o risco de sofrer um impeachment (Crédito: Divulgação/SantosFC)

Com a confirmação do início do Campeonato Brasileiro para o final de semana de 8 e 9 de agosto e o término em fevereiro de 2021, o Santos deveria pensar seriamente em alterar a data das eleições presidenciais do clube, previstas para o início de dezembro.

Claro que a alteração não está prevista em Estatuto, mas nenhum Estatuto ou regulamento previa uma Pandemia como a que estamos enfrentando do Coronavírus.

Caso a alteração não ocorra, o Santos pode enfrentar uma tempestade em um dos momentos mais importantes do ano. Todos nós sabemos como o clima político influencia nos bastidores de qualquer clube de futebol. Caso as eleições sejam mantidas para dezembro, podemos ter um reflexo em campo em um dos momentos mais delicados do Campeonato Brasileiro.

Para agravar a situação, um possível novo presidente (José Carlos Peres ainda pode concorrer e ganhar a eleição) assumiria o clube sem muito conhecimento da situação, sem qualquer contato com diretoria de futebol, comissão técnica e jogadores com pouco mais de um mês para o final da competição. Seria uma situação, no mínimo, complicada.

Sobre a data, acredito em duas possibilidades. A primeira delas seria ampliar o mandato atual de José Carlos Peres até o final do Campeonato Brasileiro (algo que deve ser feito com contratos que terminam em dezembro, por exemplo) e marcar as eleições na primeira semana após o término da competição.

A segunda possibilidade passa pela reunião do Conselho Deliberativo na noite desta terça-feira. Existe um movimento para a reprovação das contas de José Carlos Peres em 2019 e o início de um novo processo de impeachment.

Caso esse cenário se confirme, acredito que os conselheiros poderiam analisar a possibilidade de antecipação das eleições para o início de agosto. Assim, o próprio José Carlos Peres poderá ter a chance de se candidatar novamente e os sócios responderão apenas uma vez se ele deve ou não continuar no cargo (em caso de abertura de processo de impeachment os sócios teriam de votar pelo “sim” ou “não”).

Convenhamos, no cenário atual do país, pensarmos em duas assembleias de sócios para votação no Santos me parece fora da realidade. Já imagino que teremos um número de votantes bem inferior ao das últimas eleições. Marcar duas votações em menos de seis meses é quase uma temeridade.

O Santos não tem o melhor técnico do Campeonato Brasileiro, não tem o melhor elenco, tem problemas com atletas por redução dos salários, tem dívidas por todos os lados e não é capaz de gerar receita. O Brasileirão já promete ser tenso por todos esses fatores.

Agravar essa situação com um processo eleitoral no momento mais importante da competição não me parece uma ideia muito sensata.