Ariel Holan apontou os problemas do Santos. Agora precisa corrigir (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Trabalho no futebol há mais de 20 anos. Por muitas vezes vi treinadores tentarem brigar com o campo, especialmente nos momentos mais difíceis.

Vocês, torcedores, também devem se lembrar de entrevistas de técnicos tentando mostrar algo que só eles estavam vendo. No Santos, o caso clássico era Dorival Jr. Com ele, o time sempre estava evoluindo, embora muitas vezes o campo mostrasse outra coisa.

Na coletiva após a derrota para o Novorizontino, o técnico Ariel Holan não brigou com o campo. Mesmo sem apontador o dedo para algum jogador, o treinador destacou os principais problemas apresentados pelo time, especialmente no setor ofensivo: faltou criatividade, faltou movimentação, faltou velocidade na troca de passes, faltou vencer os duelos 1 contra 1 e faltou eficiência na bola parada.

Basicamente, faltou tudo.

Reconhecer os problemas é o primeiro passo para tentar corrigi-los.

Ao cobrar reforços, o treinador também mostra ter percebido que falta talento, que alguns jogadores do elenco não podem entregar o que ele espera. De novo, algo que os torcedores já sabem há tempos.

Holan já utilizou 36 jogadores em pouco menos de dois meses de trabalho e apenas 11 jogos. Alguns pegaram a camisa e não devem largar mais, como Kaiky Fernandes. Outros mostraram ter potencial, como Vinícius Balieiro, Kevin Malthus, Gabriel Pirani, etc. E outros mostraram que ainda não estão prontos ou não podem ajudar (e o torcedor sabe bem quais são).

A coletiva pós-jogo contra o Novorizontino mostra um técnico bem consciente do cenário atual do Santos..

A dúvida do torcedor, e é uma dúvida válida, é se o técnico vai conseguir resolver os problemas apontados até por ele mesmo na sequência da temporada.

Eu ainda dou meu voto de confiança, mas a mudança não pode demorar a aparecer.