Santos precisa entender o seu tamanho (Crédito: Divulgação)

Primeiramente, é bom deixar claro que esse não é um texto de torcedor, daqueles doentes, tão fanáticos que muitas vezes se desconectam da realidade.

Dito isso, as pessoas que dirigem o clube nunca podem esquecer que o Santos é uma das maiores instituições brasileiras, o brasileiro mais conhecido do mundo e, por isso, precisa se dar ao respeito.

Nas últimas semanas, muitas notícias, verdadeiras ou não, apontaram para um clube muito fragilizado, uma instituição menor, o pobre coitadinho.

Profissionais que deveriam levantar as mãos para o céu ao receberem um convite para trabalhar no Santos recusaram o clube (ou supostamente recusaram). Como se eles fizessem um favor ao clube caso aceitassem o convite, quando a grande maioria ou totalidade dos nomes divulgados teria muito mais a ganhar do que o contrário.

Para exemplificar, na questão do técnico podemos começar com o Cuca. Estava há um ano fora do mercado, teve o convite para dirigir o Santos, levou o time para a final da Libertadores e, apesar de ter feito todas as besteiras possíveis na decisão, saiu do clube muito mais valorizado do que chegou (lembrem que para quem não acompanha o clube – a grande maioria dos jornalistas – ele tirou leite de pedra). E na saída ainda fez um charminho como se uma possível permanência dele no clube seria um grande favor ao Santos.

Depois, Lisca afirmou que recusou o clube mesmo sem ter recebido um convite oficial. LISCA, O DOIDO, que tem um total de 0 trabalhos decentes em equipes de primeiro nível do futebol brasileiro, do G-12.

Renato Gaúcho recusou um convite do clube mesmo com a oferta para que ele ficasse um mês de férias jogando futevôlei e curtindo a praia no Rio de Janeiro. Mais um que faria um favor ao assumir o clube. Uma semana depois, ele teve oferta do Corinthians, recusou, mas a diferença de tratamento para mim ficou clara. E o Corinthians tem tantos ou mais problemas que o Santos.

A questão do executivo de futebol segue a mesma linha. Nesta semana, Alexandre Gallo afirmou ter recusado um convite para assumir o cargo, mesmo sem ter recebido um convite formal. Gallo que, só em 2021, foi demitido do Botafogo-SP após quatro jogos e do Santa Cruz após três jogos (ficou 12 dias no clube). Nestas duas passagens ele teve dois empates e cinco derrotas.

Como pode?

No caso dos jogadores vale a mesma coisa. Quantos jogadores recentemente menosprezaram o Santos?

Agora apareceu a informação de que o clube estuda a contratação do Paulo Henrique Ganso. Um jogador que, quando estava no auge, optou por trocar o Santos pelo São Paulo. Já no Fluminense, tirou sarro da goleada que o Santos sofreu diante do Ituano. Mas sempre quando está em baixa é oferecido ao Santos para despertar a memória afetiva do torcedor e começarem a achar que ele é a solução para os problemas do clube.

Não é (eu escrevi que esse não era um texto de torcedor).

As passagens de Jorge Sampaoli, Jesualdo Ferreira e Ariel Holan, embora muito diferentes, mostraram algo em comum. Os três chegaram ao clube com uma imagem maravilhosa do Santos, do time do Pelé, da fábrica de raios, do tempo sagrado da Vila Belmiro, uma das equipes mais famosas do mundo. Todos ficaram honrados com o convite.

E o Santos é tudo isso mesmo.

Cabe a seus dirigentes entenderem o posicionamento do clube e se darem ao respeito.