Fernando Diniz pediu a contratação de Camacho (Crédito: Ivan Storti/SabtosFC)

Depois de três vitórias seguidas, sendo duas diante do Cianorte (uma equipe de Série D) e uma sobre o Ceará, o empate em 0 a 0 diante do Juventude no último sábado, na Vila Belmiro, deu um freio na empolgação do torcedor mais iludido do Santos.

O jogo em si, a entrevista coletiva do técnico Fernando Diniz e as últimas notícias envolvendo o clube voltam a gerar uma preocupação grande para a disputa do Campeonato Brasileiro. Claro que o Santos não vai ser campeão, nem está muito perto de lutar por vaga na Libertadores, mas o cenário deixa um clima de apreensão para a competição.

O Santos fez três jogos contra times, no máximo, do mesmo nível, sendo dois deles na Vila Belmiro, e somou apenas quatro pontos. Está na 12ª colocação e se prepara para uma sequência de quatro jogos contra times que tem pretensões bem maiores no Brasileirão (Fluminense e Grêmio fora, São Paulo e Atlético-MG).

Sobre os três pontos citados no começo do texto, o jogo deixou uma preocupação porque o Santos não foi capaz de superar uma equipe fraca que entrou em campo para se defender apenas. Fernando Diniz disse que é difícil, mas não é difícil agora, sempre foi. Se o Santos não é capaz de vencer uma equipe que apenas se defende e tem muitas limitações técnicas na Vila Belmiro, a situação é preocupante. O Santos acertou dois chutes (fracos) no gol.

A entrevista do técnico Fernando Diniz também gerou preocupação. Ele disse que fez apenas duas mudanças porque achou que as suas melhores opções estavam em campo. Eu, pessoalmente, discordo. Acho que era jogo para o Ângelo, mas no banco já tínhamos duas das quatro contratações feitas (Moraes e Danilo Boza) até agora e o treinador achou que eles não poderiam ajudar na partida contra o Juventude.

Felipe Jonatan estava mal mais uma vez e Moraes não entrou. Luiz Felipe saiu e o técnico optou por colocar Alison na zaga e não Danilo Boza.

No final de semana, outra notícia preocupante. O Santos está acertando a contratação do volante Camacho, que não está nos planos do Corinthians, um time, no máximo, com as mesmas pretensões do Peixe.

Os argumentos para a contratação são: foi pedido do Fernando Diniz e pode dar mais opções ao elenco.

Mania de técnico brasileiro achar que alguém que o ajudou há alguns anos sempre vai ajudar.

Não vai. Camacho já tem 31 anos. Como brincava o técnico Sérgio Guedes, é um jogador que está na “vorta”. Já teve seu melhor momento, dificilmente vai crescer de novo.

E o presidente Andres Rueda cansou de dizer na campanha que o Santos não contrataria jogador apenas pela indicação do técnico, que tinha de passar pela aprovação de todas as áreas do clube. Pronto, tá aí o argumento para vetar a indicação.

O outro argumento pró é de que ele vai dar mais opções ao elenco.

Bom, vamos lá, por todo o cenário apontado até agora, é hora de citar o título do texto: O Santos precisa multiplicar, não apenas somar.

O Santos não precisa de jogadores que aumentem as opções do elenco, ele precisa de opções que melhorem as opções do elenco.

Como fazer isso?

Não sou eu quem vai dizer, mas o clube tem diversos profissionais contratados para apresentar as soluções.

Para optar pelo caminho mais simples (pegar um jogador que outros times não querem) botem qualquer um lá.