O técnico Fabián Bustos busca a competitividade no Santos (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

O técnico Fabián Bustos tem um plano no Santos: e equipe vai correr os 90 minutos, os acréscimos e vai competir por todas as bolas. Neste domingo, no clássico contra o Palmeiras, o Peixe seguiu o plano à risca e, como o próprio treinador mencionou na coletiva, competiu de igual para igual contra a melhor equipe da América do Sul.

Todas as escolhas de Bustos seguem o plano da competitividade. Ele não se interessou pelo meia técnico Alan Patrick e pediu a contratação do esforçado (e limitado) Jhojan Julio. Ele tirou Marcos Leonardo no clássico porque “o GPS mostrou que não estava correndo” para colocar o brigador Bryan Angulo.

Nos dois principais jogos do Campeonato Brasileiro (São Paulo e Palmeiras), o Santos foi competitivo e perdeu.

Não vou entrar aqui na discussão sobre a arbitragem nestes jogos (Falei o que penso aqui), mas acho que os dois resultados levantam aquele que deve ser o maior dilema para o Santos e o técnico Fabián Bustos no momento: Como aumentar o nível técnico do time sem perder a competitividade?

A resposta de Bustos sobre Marcos Leonardo é sintomática. Jogador que não corre vai ter pouco espaço com ele.

Veremos cada vez menos Ricardo Goulart em campo. Lucas Barbosa tem poucas oportunidades, apesar de já ter sido decisivo. Gabriel Pirani, que é criativo mas quase não compete, praticamente sumiu da equipe.

Veremos sempre Jhojan Julio, Angulo, Lucas Braga, Rwan Seco.

A dúvida é como o Santos vai conseguir resultados nos grandes jogos, como contra o Palmeiras (que ainda estava bem desfalcado), com jogadores competitivos, esforçados, mas com pouca qualidade técnica.

Os poucos bons times do Campeonato Brasileiro tem alguns jogadores com boa qualidade técnica individual e, nestes jogos mais parelhos, muitas vezes essa qualidade individual faz a diferença para o resultado.

O Palmeiras ganhou o clássico em uma jogada de bola parada (que também precisa ser muito treinada pelo Santos), mas em um lance bem conhecido, que aproveita uma característica forte do (bom) zagueiro Gustavo Gomez.

Teremos uma janela de transferências em julho e o Santos precisa ir ao mercado para encontrar ao menos um lateral-direito, um meia e um atacante de lado de campo.

É a grande chance de aumentar a qualidade técnica do time.

Para isso, as escolhas não podem ser feitas apenas privilegiando a competitividade.

É hora de pensar grande.

Ou iremos ter de nos contentar com um time valente, que ganha alguns jogos de times médios, mas não é capaz de fazer frente aos rivais do mesmo tamanho.

É melhor do que nos últimos anos? Sim

É o suficiente? Deixo a resposta para vocês.

(Eu tenho a minha)