João Victor é conhecido como Balão ou Arouquinha (Crédito: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC)

Camisa 8 do Santos na Copa São Paulo de Futebol Júnior, o volante João Victor faz 19 anos nesta sexta-feira. Natural de São Luís, do Maranhão, o garoto superou uma perda importante e muitas reprovações antes de chegar ao Peixe. Ao DIÁRIO, o jogador contou como começou sua história, a paixão pelo futebol e também sua principal inspiração.

“Minha paixão pelo futebol surgiu vendo os jogos na televisão. Também acompanhava meu pai quando ia jogar na praia e, aos poucos, fui entendendo que era aquilo o que eu queria para a minha vida. Além disso, sempre me inspirei bastante no Casemiro, volante do Real Madrid”, conta o volante.

Com o apoio dos pais, do Sr. Francisco, conhecido como Chic Black, e Dona Francisca junto ao ex-atleta e hoje treinador de futebol Edivaldo Santos, sua sua formação aconteceu nos campos e praias do bairro do São Francisco e Ponta d’Areia. No final de 2018, foi convidado para fazer parte da equipe do São Luís FC. Logo no início do ano seguinte, foi levado para a equipe e disputou o Campeonato Maranhense Sub-16, sendo vice-campeão e melhor jogador da competição.

No ano de 2019, atuou na Copa do Brasil Sub-17 e chegou a jogar contra o Vasco. Apesar da derrota por 3 a 0, o volante foi um dos destaques, o que rendeu convites para fazer uma avaliação no Vasco. Fez testes para o Flamengo, onde ficou uma semana no Ninho do Urubu, em setembro, e não foi aprovado. Na mesma época, ele passou pelo luto da perda de um primo querido.

Continuou treinando e sonhando, até que em fevereiro de 2020 participou de avaliação na Ferroviária, ficou um mês no interior de São Paulo e novamente não foi aprovado. Retornou a São Luís e veio a pandemia do Covid-19. Em julho, foi transferido do São Luís FC para o Moto Club para disputar a Copa do Brasil Sub-20 quando tudo parecia mudar, mas jogou apenas o primeiro jogo e ainda andava cerca de três horas para chegar aos treinos do clube.

Ainda em dezembro pelo Moto Club, atuaria na Copa do Nordeste. O time saiu de Maranhão com os testes de Covid negativos e, quando chegaram em Recife, sede da competição, os testes foram refeitos e João Victor testou positivo. Não jogou a competição, ficou isolado no hotel e, ao retornar em São Luís estava decidido a desistir do futebol.

No entanto, sua vida mudou com a chegada do técnico Junior Amorim, que passou a aproveitar o jogador e logo no primeiro jogo atuou em 10 minutos e deu passe pro gol que classificou o Moto Club para a Copa do Brasil de 2022. Na final do Maranhense, jogou de titular e, assim que terminou o campeonato, recebeu uma proposta do Fortaleza e do Atlético Mineiro, através do avaliador técnico Robson Nascimento, e uma possibilidade de Santos.

João Victor chegou no Santos por indicação do técnico do Sub-20, Aarão Alves na época, e com o apoio do coordenador Felipe Gil. Pelo Peixe, hoje o volante soma 20 jogos, sendo 16 como titular e soma 1402 minutos jogados, além de 2 gols marcados e uma assistência importante na estreia da equipe na Copinha. O volante contou sobre a importância da passagem no Moto Club e escolha pelo Santos diante das outras propostas.

“Foi uma experiência muito importante para mim. A oportunidade de jogar no Santos veio no momento certo, estava bastante frustrado e pensando em deixar o futebol. O Santos é o time do Rei Pelé, do Neymar e de vários outros. É o sonho de todo atleta vir para cá, não pensei duas vezes antes de acertar com o clube”, revela João Victor.