Projeto da nova Vila seria totalmente custeado pela WTorre (Crédito: Divulgação)
Foi aprovada por 158 votos a continuidade da parceria com a WTorre para a construção do Retrofit da Vila Belmiro. A votação teve uma abstenção e apenas 4 votos contra.
O Conselho Deliberativo do Peixe se reuniu virtualmente mais uma vez na noite desta quinta e desta vez para avaliar o projeto da nova arena. A aprovação definitiva ainda será votada em outro encontro, mas existia um temor de que questões políticas pudessem atrapalhar a sequência do projeto.
O primeiro a falar na reunião foi o presidente Orlando Rollo, que deixou claro não ter gostado do arquiteto escolhido para o projeto, Luiz Volpato, irmão de Fernando Volpato, gerente administrativo do Peixe na gestão Peres.
“Não me agradou a escolha do arquiteto da obra. Irmão do seu (Peres) braço direito. Temos uma proposta da empresa WTorre. Empresa seríssima. Minha opinião é que devemos estudar o projeto, mas que deveria ser apresentando pela empresa. O Santos precisa modernizar seu estádio, sempre defendi isso e talvez essa seja a hora”, falou o presidente.
Depois do presidente, foi a vez de Walter Torre, dono da empresa e torcedor do Santos falar. Na sequência, outro representante da WTorre explicou detalhes do projeto.
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, também participou da reunião e destacou a importância que o projeto tem para o clube e para a cidade. Para terminar, conselheiros inscritos também fizeram suas considerações e questionamentos aos representantes da empresa.
O projeto
Como o DIÁRIO antecipou, o Retrofit da Vila faz parte de um projeto de Fundo de Investimento Imobiliário que a WTorre está estruturando ao lado do BTG Pactual. Além da Vila, o Fundo teria o Allianz Parque, o novo São Januário, a Arena da Ponte Preta e outros dois estádios.
O Comitê de Gestão do Santos assinou um MOU (Memorando de Intenções) com a WTorre com validade de um ano. Pelo documento, a parceria teria entre 30 e 35 anos e a remuneração do Santos durante o período seria de 2,5% a 15% do faturamento (estima-se que o percentual seja de 6%). Após o prazo do contrato, todas as receitas do Retrofit seriam do clube.
O projeto custará cerca de R$ 220 milhões e o prazo para a construção é de 24 meses após todas as aprovações. A Arena será totalmente coberta, com capacidade para 25 mil pessoas, terá estacionamento para 943 vagas simultâneas abaixo do gramado, que será elevado acima de 10 metros do nível do solo – característica única no futebol mundial. O complexo terá mais de 11 mil m² de áreas comerciais, incluindo uma grandiosa área no topo do estádio, batizada como “Vila”, 712 cadeiras com vista espetacular, ciclovia, réplica do calçadão de Santos, áreas de lazer e entretenimento.
Pra cima deles Santoooos !!!!
O Santos FC e os torcedores merecem um local de espetáculo com instalações modernas, acesso fácil, banheiros limpos, principalmente para o público feminino, praça de alimentação, estacionamento. Incrível como é que o arquiteto vai conseguir colocar tudo isso num espaço estrangulado pelos prédios no entorno. Uma pena que não seja possível negociar com os moradores vizinhos a compra dos imóveis para ampliar a área do estádio e permitir também fazer um projeto viário, porque o público precisa conseguir chegar no estádio. Falando em acesso, considerando que a maior parte da torcida está na Grande São Paulo, a administração da Ecovias, que só permite a utilização da Via Anchieta para os transporte coletivos também não ajuda. Aquelas filas de caminhões transportando carga para o porto, tráfego pesado, o perigo de chegar com o acostamento da estrada repleto de ladrões e os ônibus com torcedores viajando no meio da bagunça. Sem contar que com os jogos terminando tarde da noite, até o torcedor chegar em casa após a partida, já é quase o dia seguinte. Mesmo com a necessária modernização da Vila, o torcedor de fora da Baixada Santista vai continuar a se sacrificar para ver jogos em Santos. Assim mesmo com a modernização, há a obrigatoriedade de a diretoria santista manter, pelo menos, 60% dos jogos na Capital, principalmente os clássicos. O Santos FC precisa cativar e respeitar o público da Grande São Paulo. O Santos FC sempre será de Santos, mas precisa ter em mente que a maior parte da torcida está fora de Santos.