Angélica Lavor se lesionou nas Sereias no clássico contra o São Paulo (Crédito: Guilherme Greghi/Santos FC)

A goleira Angélica Lavor, das Sereinhas da Vila, se recupera de uma luxação no cotovelo sofrida no fim do empate com o São Paulo em 2 a 2, no Gabriel Marques Silva, em Santana de Parnaíba, pela terceira rodada do Brasileirão Feminino Sub-20, na última quarta-feira (13). Com o braço imobilizado com gesso, a arqueira segue se recuperando na fisioterapia acompanhada do Departamento Médico do clube.

Recentemente, Michelle Stildes e Giullia Matallo, duas últimas titulares na meta do gol da base feminina do Santos sofreram com lesões de ligamento cruzado anterior e no menisco. Angélica chegou nesta temporada para as Sereinhas e relembrou a trajetória no futebol antes do acerto com o Santos.

Aos 18 anos, a goleira tem vínculo até o fim do ano que vem com o Peixe. Apaixonada por futebol desde pequena, a jogadora brincava na rua ou na escola e tinha a bola e chuteira como presentes favoritos. A primeira oportunidade no esporte surgiu na escola, mas começou a jogar de fato no campo de areia, um projeto social.

Antes de virar arqueira, Angélica atuava como lateral-esquerda e se descobriu na meta. Teve passagens pelo PSG Acamedy e pelo Ska Brasil. Hoje no Santos, a jogadora fez a estreia em jogo profissional justamente contra as Sereinhas.

“Costumava a jogar na linha, passei por escolinhas jogando na linha, de lateral-esquerda. Quando no Psg Academy, estávamos a 1 mês de jogar do Paulista Sub-17, em 2021, só tínhamos uma goleira e precisava de mais uma. Fui pro gol em uma brincadeira e o professor viu que eu levava jeito e propôs de eu ir de goleira no campeonato. Desde então, me apaixonei pela posição e não saí mais”, revelou.

“Depois passei pelo Ska Brasil, onde fomos campeãs do Paulista Divisão Especial e joguei pela primeira vez profissionalmente, o Campeonato Paulista A1 e meu primeiro jogo foi justo contra o Santos e eu digo que é o jogo da minha vida”, completou.

Angélica contou como chegou o convite do Alvinegro. Na estreia no profissional, a goleira já havia recebido elogios da comissão técnica santista. Após o acerto com as Sereias, a volante Laura Valverde, que se recupera de uma lesão de LCA, lembrou de Angélica por ter feito uma defesa crucial em uma finalização dela. Além da brincadeira com a atacante Ketlen pela semelhança física.

“Como meu primeiro jogo foi contra o Santos, acredito que já me conheciam. Virou o ano e o Ska Brasil não tinha previsão de volta, comuniquei com o meu empresário que eu queria iniciar um novo desafio na minha vida. Em seguida, me avisou sobre o Santos e eu não tive dúvidas de que seria pra cá que eu viria. Quando cheguei aqui fui muito bem recebida e acolhida por todos”, reforçou.

“Sempre digo que foi o jogo contra o Santos que marcou a minha vida. Além da minha estreia no profissional, pude contribuir com defesas importantes. No final do jogo recebi elogios da Comissão do Santos, fui eleita a segunda melhor da partida e ganhei a votação popular. Quando cheguei, a Laura Valverde que estava no jogo, comentou que lembrava de mim porque defendi uma bola difícil que seria um golaço dela. Outra história legal é que aqui falam que sou filha da Ketlen, sempre que a vejo dou a bença pra ela”, acrescentou.

Angélica também comentou sobre o dia a dia e a integração com o profissional das Sereias. Além disso, também contou sobre as inspirações.

“Vem sendo tudo muito bom. Eu esperava que fosse bom, mas está sendo bem melhor ainda. Estou muito feliz com isso. Gosto de treinar com o profissional, isso traz uma experiência e aprendizado pra gente. Agora mais do que nunca está tendo a integração do Sub-20 e isso é muito bom. É fundamental se dedicar ao máximo nos treinos, se destacar e subir pra jogar com o principal”, avaliou.

“A minha inspiração na vida com certeza é a minha mãe e o meu pai. Pessoas fortes que sempre fizeram de tudo pra não deixar me faltar nada e poder me dar do bom e do melhor. A minha inspiração no futebol e na posição também, é a Barbieri. De alguma forma me identifico com ela na questão da estatura e impulsão. Ver ela jogar me dá vontade de treinar mais para poder ser como ela ou até melhor”, concluiu.

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