O jornalista e historiador Odir Cunha lançou a pré-venda do livro “Zito, o líder essencial”, homenagem ao eterno capitão do Santos. Ao todo, o livro contará com cerca de 350 páginas editadas pela Verbo Livre e buscará histórias inéditas e os segredos do poder de liderança do ex-camisa 5.
Em contato com o DIÁRIO DO PEIXE, Odir Cunha explicou os motivos para homenagem e citou a parceria entre Zito e o Rei Pelé, tanto no Santos quanto na Seleção Brasileira. O autor ainda revelou uma conversa com Flávio Costa, técnico da Seleção do Brasileira que venceu o Brasil na Copa de 1950.
“O próprio Pelé, em uma as entrevistas que fiz com ele, eu perguntei: Pelé, além de você, quem foi o melhor jogador do Santos? Ele não demorou nem um segundo e respondeu Zito. Quando conhecemos a história do Pelé, sabemos que o Zito foi, digamos, um terceiro pai para o Pelé, um terceiro mentor. O Zito era o líder daquele time. O Zito chegou ao Santos em 1952, já com 19 anos. Se você for ver, pela primeira vez que o Pelé joga na Seleção, o Zito estava do lado dele. Eles estreiam na Copa de 1958. Então, o Pelé foi muito amparado pelo Zito”, comenta Odir Cunha.
“Eu já tinha essa tese de que o Santos não teria sido tudo que foi, não só pelo talento e habilidade de seus atacantes. Ele tinha ótimos jogadores na defesa e meio-campo, e tinha um líder. Eu entrevistei o Flávio Costa, que foi o técnico da Seleção Brasileira de 1950, quando o Brasil perdeu para o Uruguai. E a maior personalidade em campo foi o Obdulio Varela, que era durão. Ele comandou e intimidou jogadores da Seleção. O Zito não era violente, jogava duro, mas não era violento. Ele era líder. E o Flávio Costa disse: olha, todo time precisa de um Obdulio Varela. Então, você pode ver, o Santos tinha o Zito”, afirma.
Considerado como o melhor médio volante do futebol brasileiro em todos os tempos, Zito teve sua primeira partida com a camisa do Santos no dia 29 de junho de 1952 em jogo amistoso na Vila Belmiro, na vitória diante do Madureira do Rio de Janeiro pelo placar de 3 a 1, com gols de Hugo (2) e Tite.
O eterno capitão jogou pelo Santos mais 726 partidas marcando 57 gols. O jogo em que se despediu dos gramados aconteceu no dia 07 de novembro de 1967 na goleada frente ao Combinado Fortaleza/Ferroviário no Presidente Vargas, no estado do Ceará, por 5 a 0.
Pela Seleção Brasileira, Zito foi bicampeão mundial em 1958 e 1962. Ao todo, jogando com a amarelinha, disputou 50 partidas marcando 03 gols. No Peixe, conquistou diversos títulos como os mundiais de 1962 e 1963. A faixa de capitão no Santos carrega o “Z” em sua homenagem.
“Como o Zito não fez tantos gols, ele é negligenciado. As pessoas gostam mais de atacantes. Mas veja que curiosidade: a gente diz que o melhor ataque de todos os tempos era Durval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Só que o Zito, mesmo sendo um volante, ele fez muito mais gols que o Mengálvio, porque ele avançava mais. E quando o time precisava, ele era o elenco surpresa, não só no Santos. Um dos gols mais importantes da Seleção, contra Checoslováquia na Copa de 1962, foi o Zito. Pegou a bola lá no seu campo, deu para o Amarildo, xingou o Amarildo várias vezes para passar a bola, e fez o gol”, comenta o autor.
O lançamento vai acontecer em abril de 2023, no aniversário de 111 do Santos. O evento deve ser realizado em São Paulo, Santos, Taubaté e em algumas embaixadas do time santista.
“O livro ainda não está escrito, ele está sendo pesquisado, faltam algumas entrevistas, eu preciso passar uns dias na região de Roseia, onde o Zito foi criado. Ouvir amigos dele em Santos, São Paulo, jornalistas. E tenho feito uma grande pesquisa com todas matérias e livros que falaram do Zito. Acho que será o livro mais completo sobre ele e terá muitas informações novas. E o principal é o enfoque: do que se faz um líder? E qual eram as bases da liderança do Zito? Em que se baseava o comportamento do Zito como um líder?”, completa Odir Cunha.
Zito merece todas as homenagens possíveis dos santistas. Pena que o autor seja um dos capas pretas da desastrosa gestão Peres.
Gostei muito de falar com você, Guilherme. É sempre bom conhecer um jovem jornalista santista. E ZITO está acima de todas as picuinhas políticas que, infelizmente, ainda persistem em rondar o Santos.
Sensacional. Nosso eterno capitão!!
Pra quem já viu Zito e Clodoaldo, hoje ver um Camacho é um tremendo de esculacho.
Sim, e Ramiro, e Formiga, o Chico da Rita