Lucas Braga foi expulso contra o Flamengo (Crédito: Raul Baretta/Santos FC)

O atacante Lucas Braga foi punido por um jogo de advertência pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em julgamento nesta terça-feira (21). Como o jogador já cumpriu a suspensão contra o Cuiabá, não desfalca o Santos na sequência final na reta final do Brasileirão.

Ele foi denunciado no artigo 258 B por “Invadir local destinado à equipe de arbitragem, ou o local da partida, prova ou equivalente, durante sua realização, inclusive no intervalo regulamentar” na expulsão da vitória do Santos sobre o Flamengo por 2 a 1, no Mané Garrincha, em Brasília, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 1 de novembro.

O árbitro Rafael Klein escreveu na súmula que expulsou o atacante/ala do Peixe por ele “adentrar o campo de jogo na comemoração do gol da sua equipe”. Já o Santos foi punido com R$ 3 mil de multa pelo atrasado na partida.

O Flamengo foi julgado no mesmo processo pela expulsão de Gerson em lance sobre o Furch e de Bruno Henrique após irritação em drible sofrido pelo Soteldo, camisa 10 do Santos. Além de objetos arremessados na reta final do jogo.

Na sessão, foram apresentados vídeos pelas expulsão de Bruno Henrique e Gerson, do Flamengo. O doutor Fabrício Trindade vê expulsão justa de ambos os atletas do time carioca. Vê a invasão de Lucas Braga e chama atenção em relação aos arremessos das garrafas. O advogado do Santos, Marcelo Mendes, só pediu punição apenas pelo atrasado.

Em relação ao atacante, ele sustentou a ação como típica e não vê como prejuízo da partida pela invasão dele na comemoração no gol. Reforçou que não vê como ato antiesportivo no caso e entendeu que ele deveria ser absolvido. O advogado do Flamengo, Michel Asseff, defendeu o Gerson como primário e reforça que não é um atleta agressivo.

Ele defende que o jogador ‘protegeu a bola’ e que não houve agressão, apesar dele ter chego atrasado e que Furch teria abaixado o corpo no lance. Também pediu pena mínima ao atleta. Sobre o Bruno Henrique, o advogado Michel não vê que Soteldo driblou o atacante e acredita que a súmula foi incoerente e que não há justificava para a expulsão dele.

Por fim, em relação aos objetos arremessados, o profissional relembrou as poucas oportunidades que o clube Rubro-negro foi denunciado por isso, viu a torcida como exemplar e o que aconteceu no Mané Garrincha teria sido ‘anormal’. Asseff ainda reforçou que o time tem atuado bem nesses casos e pede pena razoável.

O relator do STJD, Diogo de Azevedo Maia, acolheu a defesa e votou pela absolvição de Lucas Braga. Em relação ao Bruno Henrique, achou desrespeitoso e aplicou em uma partida de suspensão enquanto ao Gerson não achou o lance intencional, apesar de acreditar que poderia ter sido evitado. Aplicou dois jogos de suspensão. Ao Santos, sobre o atraso aplicou uma multa de R$ 3 mil e também ao Flamengo. Aos arremessos, aplicou R$ 10 mil.

Iuri Engel manteve a multa de R$ 3 e 4 mil para os clubes. Em relação ao Lucas Braga, o doutor aplicou um jogo de advertência que é a pena mínima. Sobre Bruno Henrique, concordou com o relator e do caso do Gerson aplicou um jogo. Em relação aos arremessos, viu como grave e votou pela aplicação de R$ 50 mil de multa.

Marcelo Vieira acompanhou o voto ao Santos, Flamengo, Bruno Henrique e no caso do Lucas acompanhou o Iuri. Em relação ao Gerson, o doutor votou pela aplicação de partida de advertência. Aos arremessos, votou por R$ 50 mil também. O presidente Carlos Eduardo Pontes Lopes Cardoso, acompanhou as multas de R$ 3 e 4 mil aos clubes de multa pelo atraso, em relação ao Lucas Braga acompanhou Iuri e Marcelo. Sobre Gerson, aplicou um jogo de suspensão (não por advertência pois teve atendimento).

Acompanhou também sobre o voto de Bruno Henrique e aplicou uma pena mínima convertida em advertência. Aos arremessos, aplicou uma multa de R$ 50 mil.

Veja a equipe da 2ª Comissão Disciplinar do STJD: 

  • Presidente: Carlos Eduardo Pontes Lopes Cardoso (RJ)
  • Vice-Presidente: Diogo de Azevedo Maia (RJ)
  • Washington Rodrigues Oliveira (SP)
  • Iuri Engel Francescutti (RJ)
  • Marcelo Augusto Fichtner Bellizze (DF)
  • Marcelo Vieira Paulo (RJ) – Auditor Suplente

O Flamengo foi julgado pelos objetos atirados no gramado na partida. O clube carioca foi citado no artigo 213, III, do Código Brasileiro de Justica Desportiva, que fala em “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo.

Na reta final do confronto, após um drible de Soteldo em Bruno Henrique, na linha de fundo do ataque do Alvinegro, a torcida mandante atirou garrafas no campo. Uma delas acertou o atacante do time carioca. O árbitro gaúcho Rafael Rodrigo Klein relatou na súmula objetos atirados no gramado.

“Informo que aos 44 minutos do segundo tempo foram arremessadas, em direção ao campo de jogo, garrafas com líquido não identificado, oriundas do local em que se encontrava a torcida do Flamengo, não atingindo ninguém. Relato também que, aos 50 minutos do segundo tempo, foram arremessadas em direção ao campo de jogo garrafas com líquido não identificado, oriundas do local em que se encontrava a torcida do Flamengo, atingindo o atleta nº 03 da equipe C.R. Flamengo, o Sr. Rodrigo Caio. Por fim, relato que, após o término do jogo, quando a equipe de arbitragem se dirigia ao túnel de acesso aos vestiários, foi arremessado um assento plástico e também líquidos não identificados, em direção à equipe de arbitragem, não atingindo ninguém”, relatou Rafael Klein na súmula.

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