Odair e Falcão estão trabalhando na intertemporada do clube (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Por Guilherme Lesnok e Laura Marcello

O Santos não vai demitir o técnico Odair Hellmann mesmo após a derrota para o Newell’s Old Boys na Copa Sul-Americana e a provável terceira eliminação na temporada, depois do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. O Peixe não vence há sete jogos.

Três fatores principais colaboram para a permanência do treinador. O primeiro deles é a multa rescisória, colocada em contrato pela primeira vez na gestão de Andres Rueda justamente para evitar trocas constantes de técnico. O Santos não tem dinheiro em caixa para pagar a multa e a diretoria entende que não deve deixar dívidas com técnicos para outras gestões, repetindo assim processo que eles tanto condenaram nos primeiros anos de mandato.

O segundo motivo é a empatia. Odair Hellmann é um treinador querido pelos dirigentes, elogiado pelo seu comportamento no dia a dia, pelo caráter. Os dirigentes aprovam a metodologia de trabalho do técnico e afirmam que ele tem boa relação com o elenco.

O terceiro motivo é o tempo. O Santos tem 30 jogos até o final da temporada, sendo um pela Copa Sul-Americana e 29 pelo Campeonato Brasileiro. A gestão de Andres Rueda termina no dia 31 de dezembro. A diretoria entende que nenhum nome de peso aceitaria um convite para trabalhar apenas seis meses no clube, ainda no meio de um furacão. Dirigentes acreditam que somente um treinador precisando de uma oportunidade aceitaria um convite nessas condições, o que é tratado como um risco ainda maior.

A janela de meio do ano é tratada como fundamental para a sequência da temporada. O clube trabalha com a possibilidade de vendas de Ângelo e Marcos Leonardo. Dessa forma, teria uma entrada de dinheiro importante para reforçar o elenco.

Uma possível demissão de Odair Hellmann, especialmente se o time tiver outro resultado negativo diante do Coritiba no próximo sábado, passaria por uma mudança de postura do coordenador Paulo Roberto Falcão. Apesar da pressão de torcedores e conselheiros diretamente em membros do Comitê de Gestão, o presidente Andres Rueda entende que a decisão sobre a continuidade de Odair Hellmann deve ficar a cargo de Falcão, contratado para ser o responsável pelo departamento de futebol. Até o momento, o ex-craque endossa o trabalho do técnico.

Uma demissão do coordenador nunca foi cogitada pela diretoria, que rasga elogios ao seu braço direito, Élio Carravetta.

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