CEO do Santos concedeu coletiva após demissão do Caixinha (Foto: Raul Baretta / Santos FC)

O CEO do Santos, Pedro Martins, comentou em entrevista coletiva nesta terça-feira (15) os motivos da demissão de Pedro Caixinha e os próximos passos do clube na busca por um novo treinador. A decisão foi tomada após reunião interna e faz parte de um processo de reestruturação no departamento de futebol. Martins também explicou que o novo técnico não terá autonomia total sobre o CT, como aconteceu com Jorge Sampaoli em 2019.

Pedro Martins afirmou que a saída de Caixinha foi fruto de um processo coletivo de análise e discussão. Segundo ele, apesar da troca no comando, a ideia é preservar aspectos positivos identificados durante a gestão do português, incluindo mudanças na cultura interna do clube.

“Eu participei do processo de saída do Pedro Caixinha. Isso não foi uma decisão desconectada. Tudo foi colocado na mesa, debatido, discutido, e com base no resultado, o Santos tomou a decisão de trocar o treinador. A reflexão sobre a escolha do novo comandante é não jogar fora o que tem de bom, o que foi feito de evolução, o que conseguimos identificar de quebra e mudança de cultura — que foi importante dentro do setor.”

Ao comentar sobre a filosofia de trabalho que pretende adotar com o novo técnico, Martins reforçou que o treinador não terá autonomia total sobre o futebol. A proposta é que o comando técnico se insira em um projeto coletivo, com decisões tomadas em conjunto e alinhadas à estrutura do clube.

“Quando a gente fala que não vai entregar a chave, é porque nenhum treinador deve ter a chave do clube. Os treinadores são parte da construção de um projeto. Essa é a minha visão e minha concepção de gestão de futebol. Acredito que as decisões devem ser tomadas em conjunto, mas um clube de futebol é muito maior do que a figura do treinador. Se o Santos tem o interesse de construir um projeto esportivo pensando no futuro, precisa entender que o treinador vem para participar de um processo coletivo de reestruturação do Santos Futebol Clube.”

O CEO também analisou o atual elenco do Santos, avaliando que há capacidade para evolução dentro da temporada. Ele cobrou uma postura mais coletiva dos jogadores e disse que é preciso distinguir os problemas estruturais do clube das responsabilidades imediatas em campo.

“Esse elenco, apesar de todos os processos de reestruturação que mencionei, é competitivo. Tem competência e capacidade de fazer uma grande temporada. A diferença está entre analisar os grandes problemas da instituição — que precisam ser corrigidos — e o ponto emergencial, que é fazer esse elenco jogar o que pode. Esse time pode render muito mais, e os jogadores sabem disso. Eles também precisam assumir suas responsabilidades, porque a partir de agora precisamos jogar melhor e ser mais equipe. Hoje, temos um conjunto de indivíduos.”

Pedro Caixinha foi demitido na segunda-feira (14) após 18 jogos no comando do Santos. O treinador português teve sete vitórias, quatro empates e sete derrotas, com 30 gols marcados e 22 sofridos, encerrando sua passagem com 46% de aproveitamento.

O clube negocia com Jorge Sampaoli para assumir o comando da equipe. O argentino teve passagem marcante pela Vila Belmiro em 2019, quando exercia forte influência no dia a dia do CT. Desta vez, segundo Pedro Martins, a gestão será diferente, com o técnico inserido em um modelo mais colaborativo de trabalho.