Muricy no final do jogo deu volta olímpica com Pelé (Crédito: Santos FC)

O domingo foi de muitas lembranças para o torcedor santista. Além da transmissão do jogo que valeu o tricampeonato da Copa Libertadores para o Peixe, os fãs do clube puderam lembrar de histórias dos personagens daquela histórica conquista. Histórias contadas na própria transmissão da TV Globo e na live do Santos, que ocorreu antes do reprise da partida.

Confira abaixo alguns comentários de personagens que participaram da conquista.

Rafael Cabral

O goleiro foi um dos destaques do Santos na campanha e lembrou de toda a dificuldade da partida contra o América (México), fora de casa, quando ele acabou saindo como herói.

“Para mim foi depois do América do México. Não dava nada certo. A gente não conseguia sair jogando. As coisas não se encaixaram, mas conseguimos o 0 a 0. Ali, a gente sentiu que ia ser campeão, porque um dia depois todos os brasileiros iam ser eliminados. Pensei, esse título é nosso, pensei na forma como classificamos”, lembrou Rafael, que tinha feito uma promessa aos torcedores, ainda na primeira fase, que ficou na história daquela conquista.

“Me chamaram depois do jogo. A gente tinha perdido do Colo-Colo e tinha que ganhar os três jogos (que faltavam) para classificar. Me chamaram para tirar um foto e começou a discussão. Eu fui sincero. Sabia da qualidade que a gente tinha. Falei de coração. Não foi para animar torcedor. Eu fui sincero”.

O goleiro também contou que comprou o ingresso simbólico para a reprise da final e declarou todo seu amor pelo clube.

“Até comprei ingresso para ajudar os meninos da base. Tive que ajudar, vim de lá. Eu sempre falo que devo tudo profissionalmente ao Santos. Cheguei com 16 anos, morava embaixo da arquibancada. Olhava para janela todo jogo que tinha. O Santos confiou em mim, me deu oportunidade. Trabalhei com profissionais de altíssima qualidade. Em 2011, tinha questionamento. Rafael é jovem, inexperiente. Até hoje, sou o goleiro mais jovem a ganhar uma Libertadores. O título firmou minha carreira”.

Zé Love

Titular na conquista, mas muito criticado pelos poucos gols, Zé Love lembra da importância de Muricy Ramalho no título e conta como o treinador mudou sua carreira.

“Eu tinha um jeito de jogar antes do Muricy, depois dele foi totalmente diferente. Ele falou que nosso time fazia muito gol, mas deixava a desejar na parte defensiva. Ele falou, você é meu centroavante, tem que fazer gol, mas comigo vai ter uma função diferente. Vai marcar os dois zagueiros, se mata e deixa o Neymar jogar. A imprensa martelava para tirar o Zé Love. Ele me chamava e dizia que não ia tirar porque eu era importante”, lembrou Zé Love, que diz saber o tamanho da conquista na história do clube.

“Eu tenho um pouco de noção (da importância) porque sou santista desde criança. Meu pai é santista doente. Eu tinha o sonho de jogar no Santos. Viver esse sonho e conquistar um título da importância desse. Ser jogador, jogar no seu time de coração e ganhar uma Libertadores. Eu sei da importância, mas jamais imaginava”.

Muricy Ramalho

Treinador do tri, Muricy Ramalho também deixou seu depoimento lembrando a conquista. O técnico falou de seu primeiro jogo na Libertadores. Fora de casa, contra o Cerro Porteño, e já decisivo.

“Eu bati na trave algumas vezes. Vinha trabalhando muito atrás desse título. Quem fez tudo foram os jogadores, mas na minha parte pessoal, eu merecia esse título. Sem Neymar, Elano e Love, eu ia estrear lá (contra o Cerro), não podia nem empatar que estava fora. Concentrei o jogo no Ganso e deu tudo certo”, contou o treinador, que lembrou o abraço de Pelé depois do título.

“Você imagina. Ganha um jogo, a Libertadores, aí aparece o Rei do Futebol, te abraça e fala, vamos dar a volta olímpica. É para não esquecer nunca”.