Time com mais gols na história do Campeonato Brasileiro de pontos corridos, competição que começou a adotar essa fórmula em 2003, o Santos teve em 2019 seu sistema defensivo como grande destaque no Brasileirão, campeonato em que terminou como vice-campeão.
Em 38 jogos, a equipe sofreu apenas 33 gols. Foi a quarta melhor defesa da competição, ficando atrás apenas de Palmeiras e Athletico Paranaense, que sofreram 32 gols cada, e São Paulo (30). Mas essa fortaleza do Peixe está se desmoronando.
Com o fim do Campeonato Brasileiro, três atletas já se despediram do clube. E todos eles do sistema defensivo.
O lateral Victor Ferraz, capitão da equipe em boa parte da competição, foi para o Grêmio. A negociação envolveu a vinda de Madson para a Vila. O jogador se destacou no campeonato nacional como o lateral com maior número de gols, cinco, mas marcar não é o seu forte.
O zagueiro Gustavo Henrique, outro atleta que muitas vezes usou a tarja de capitão do Peixe, tem seu contrato encerrando no final de janeiro e já avisou que não permanecerá no clube. Menino da Vila, Gustavo deve vestir a camisa do Flamengo em 2020.
Para finalizar as saídas, terminou o empréstimo do lateral-esquerdo Jorge, que volta para o Mônaco, da França. O Peixe tinha o interesse na permanência no atleta, mas os franceses só aceitam negociar o atleta em definitivo e por um valor acima de 10 milhões de euros, cifras impossíveis para o Santos nesse momento.
Não bastassem essas saídas já consumadas, outros dois atletas da defesa podem também deixar o clube: Lucas Veríssimo e Vanderlei. O zagueiro terminou o ano valorizado e o Peixe precisa de dinheiro. O Milan, da Itália, pode ser o seu destino.
Já Vanderlei terminou o ano em baixa, na reserva de Everson. Ídolo da torcida, o goleiro tem um alto salário e o clube espera a definição do treinador Jesualdo Ferreira para decidir sobre seu futuro. Vanderlei já despertou o interesse de outros clubes do Brasil e ele tem contrato com o Peixe até dezembro de 2020.
Nesse final de ano, além de Madson, o Santos já contratou o atacante Raniel, que estava no São Paulo. A lista de reforços está trancada a sete chaves pelo presidente José Carlos Peres, que não detalhou nem as prioridades por posição. Mas contratar na defesa será preciso com tantas baixas que já aconteceram e outras que podem vir a ocorrer nos próximos dias.
Vida que segue. Se o Veríssimo sair, vai se perder a “memória” da defesa. Preocupa quando se olha para os possíveis substitutos (Cléber Reis, Aguillar, Luís Felipe) pois são jogadores que falharam quando tiveram oportunidades. Agora, vai ser um absurdo se o Santos FC pagar R$ 22 milhões pelo Luan Peres. Por menos, daria para segurar o Gustavo Henrique, que é um zagueiro lento, mas que pode render bem num esquema tático mais convencional. Parece que qualquer jogador que tem passagem pela Europa é super avaliado pela diretoria do Santos.