Nicolas Bernardo estava no Santos desde os 9 anos (Crédito: Santos FC)
Uma das promessas das categorias de base do Peixe nos últimos anos, Nicolas Bernardo não é mais jogador do clube. O atacante tinha 11 anos de casa, não teve seu contrato renovado e está a procura de um novo clube para seguir sua carreira no futebol.
Nicolas ficou conhecido do torcedor por ser apadrinhado pelo ídolo Robinho e chegou a ser comparado com o craque. O jovem, de 20 anos, conversou com exclusividade com o DIÁRIO DO PEIXE, falando sobre o carinho que tem pelo clube, a renovação que não avançou e o sonho de voltar a vestir a camisa do seu time de coração.
Começo como torcedor do Santos
“O Santos foi divisor de águas na minha vida, não só como atleta, mas como homem. Comecei a gostar do Santos com meus seis, sete anos de idade, por conta dos meus tios. Comecei a ir em jogos em 2008, 2009. Era apaixonado pelo clube. Meu pai me colocou na escolinha e a mais próxima de casa (São Miguel Paulista), era a do Santos. Fiquei muito feliz”.
Teste e vaga na base
“Me destaquei num campeonato das escolinhas, fui fazer um teste e passei. O Santos me tirou da periferia e me ensinou muita coisa. Conheci novas cidades, países diferentes. Você chegar num lugar como a China e as pessoas verem o símbolo do Santos e ficarem felizes, tirarem fotos, sem nem te conhecerem. Consegui dar uma condição melhor para a minha família. Realizei sonhos de conhecer ídolos, Neymar, Robinho (com quem tenho amizade)”.
Agradecimento e não renovação
“Parte de escola. Tenho que agradecer a tia Carlinha. Santos é uma instituição que, quem está lá dentro é privilegiado. Meninos da Vila. Sou muito feliz de ter feito parte disso, mesmo não tenho a oportunidade de jogar no profissional. Espero um dia voltar. Acredito que um dia ainda vou ter esse sonho realizado, de jogar (profissionalmente) no Santos. Muitas pessoas não sabem o que rolou na renovação. Acham que foi pelo lado financeiro, mas a verdade não é essa. Quem está ali, sabe o que aconteceu”.
Momento marcante na carreira
“Tem um momento que é muito marcante para mim. Foi no Sub-17, pegamos o Corinthians na semifinal do Paulista, com Pedrinho, Léo Jabá e Léo Santos. Empatamos em casa e achávamos difícil ganhar fora. Foram muitos torcedores do Santos, deu um ânimo para gente. Começamos perdendo e precisávamos virar. Entrei no intervalo. André Anderson fez um golaço, empatou. Jogo ficou emocionante. Com 45 minutos, no final do jogo, fiz um gol e classificamos. Foi um dos dias que mais marcou minha vida dentro do Santos”.
Era reserva no Sub 20 e aspirantes. Jogador contra ataque (toda a vez que passavam a bola para ele, não dava em nada, matava o ataque do Santos). Não dá para saber de onde tiraram a ideia de que seria um novo Robinho. Pior que o Victor Andrade e Arthur Gomes. Ficou 11 anos no Santos, respaldado pela avaliação de vários técnicos e pelo departamento de análise de desempenho, o que demonstra o olho clínico dos profissionais que trabalham com a garimpagem e lapidação de joias.