Em entrevista exclusiva ao Diário do Peixe, Sánchez falou sobre sua vida fora de campo no Brasil (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

O meia uruguaio Carlos Sánchez está tão adaptado ao Brasil fora de campo quanto já demonstra dentro dos gramados. Em entrevista exclusiva ao Diário do Peixe, Sánchez falou sobre o país, elogiou a cidade de Santos e o carinho que recebe nas ruas, mas revelou que ainda não encontrou uma coisa que não pode faltar: um típico churrasco uruguaio.

Sánchez disse que já é reconhecido pelas ruas de Santos e tira bastantes fotos quando sai de casa, mas que não tem problema, pelo contrário, o meia não esperava tanto carinho tão rapidamente. A reação é diretamente proporcional a sua adaptação dentro da campo. No entanto, o jogador não vê uma fórmula para se adaptar tão rápido e prefere creditar ao esquema tático de Cuca.

Além disso, o uruguaio falou sobre o futebol mexicano versus o brasileiro, o “doce de leite” que também não pode faltar, o melhor jogador que já jogou ao seu lado e também o melhor técnico com quem já trabalhou. Confira a entrevista na íntegra abaixo:

Diário do Peixe: Como está o português?

Carlos Sánchez: Português está melhorando, vou seguir melhorando e daqui a pouco já está bom

Diário: Já está se adaptando ao Brasil?

Sánchez: Estou bem adaptado. Santos é uma cidade grande e bonita para conhecer, fácil de se adaptar e isso se reflete dentro de campo.

Diário: Como está sendo sair pelas ruas de Santos? Já é reconhecido?

Sánchez: Estou saindo bastante, as pessoas me conhecem e valorizam o trabalho que fazemos dentro de campo. Isso é importante para seguir confiante e não baixar a guarda sabendo que temos um objetivo.

Diário: Estão lhe parando para fotos quando sai pela cidade?

Sánchez: Sim, não tem problema. É um respeito bárbaro que têm comigo e só agradeço o carinho da torcida.

Diário: O Brasil é diferente do que você pensava?

Sánchez: Sim. Me surpreendeu para o bem. O carinho das pessoas foi algo que impactou muito bem em mim. Não esperava tanto carinho de cara.

Diário: O que não pode faltar do Uruguai?

Sánchez: Doce de leite e churrasco, isso não pode faltar, é bem uruguaio. Trato de sempre de trazer e ter por aqui. Também me junto com os sul-americanos do clube para fazer e comer um bom churrasco e tratar de ser unidos para levar a equipe adiante.

Diário: Já encontrou algum churrasco parecido aqui no Brasil?

Sánchez: É… Mais ou menos. Algum parecido, mas não uruguaio de verdade.

Diário: Já conhecia o futebol brasileiro? O que está achando?

Sánchez: Conhecia de enfrentar e de assistir apenas. Conhecimento dentro de campo eu não tinha e minha primeira experiência está sendo muito bonita, muito proveitosa e quero seguir dessa forma, sempre pensando à frente e querendo melhorar ainda mais.

Diário: Como você conseguiu se adaptar tão rápido, ao contrário do Bryan Ruiz, por exemplo. Tem fórmula?

Sánchez: Não tem uma fórmula de como fazer, do porque encaixei tão rápido na equipe. Não sei. Estou fazendo meu trabalho, acho que a fórmula é que minhas características encaixaram na equipe e quando o time vai bem, você também vai. Não tenho uma fórmula de como foi tão rápido, mas sempre trabalho para melhorar.

Diário: O futebol mexicano é muito mais rico que o brasileiro. Aqui dizem que o campeonato é nivelado por baixo, você concorda com isso?

Sánchez: Não creio que seja nivelado por baixo. As equipes mexicanas são muito poderosas, mas no Brasil não deixa de haver clubes também poderosos, com sua história e tradição. Quando você chega a uma equipe grande e histórica é tratar colocar o nome do clube na história e ser alguém dentro do campo. Não creio que o as equipes brasileiras sejam piores que as mexicanas, são muito parecidas.

Diário: Qual o melhor jogador que já jogou ao seu lado?

Sánchez: No clube, tive o privilégio de jogar com David Trezeguet, no River. Me marcou muito, me ajudou bastante. É um amigo. Nos ajudamos mutuamente, ele não conhecia a Argentina, mas se adaptou bastante bem. Na seleção são vários, sou agradecido porque sempre me trataram muito bem o Suárez, Cavani, Godin, são companheiros que me saltam aos olhos. Me ajudaram a jogar bem e marcaram muito minha pessoa.

Diário: E o melhor técnico com quem já trabalhou?

Sánchez: Tive muitos treinadores que trabalharam muito bem e me ajudaram a melhorar, mas pra mim foi o Marcelo Gallardo (do River Plate). Me marcou muito, ajudou bastante, sou muito agradecido a ele por ter ido tão bem.

Diário: Dentro de campo você pode jogar por dentro, tanto na linha de quatro como mais avançado, e também pela direita. Tem uma posição preferida?

Sánchez: Não, eu sempre digo que onde me colocarem eu jogo. Se for minha posição melhor, porque já conheço. Gosto tanto por fora quanto por dentro, o Cuca já sabe, conversamos bastante. Sempre que jogo tento dar o meu melhor para que a equipe vá bem e saia vitoriosa.

Diário: Sendo esse cara que além de armar também ajuda na marcação, você acha que a figura do camisa 10, parado no meio-campo, está perdendo espaço no futebol?

Sánchez: Não, acho que tem equipes que jogam com o 10. As equipes têm variado. Algumas jogam com o 10, outras não. Não creio que está perdendo espaço, só que os esquemas táticos são distintos, mas entendo que um “corredor” possa ter mais espaço que alguém parado.

Diário: Com a aposentadoria do Renato, a braçadeira de capitão irá passar ao Victor Ferraz. Como um dos jogadores mais experientes do elenco, você sonha em usar a braçadeira de capitão?

Sánchez: Não tem problema. Se quiserem confiar em mim dessa forma, não tem problema. Estou preparado para tudo, não me importo se sou capitão ou não, trato de fazer meu trabalhando tendo ou não a braçadeira. Seria um privilégio pra mim, mas está com outro companheiro e eu respeito. Vou tratar de sempre fazer meu trabalho da melhor maneira e isso não vai mudar se eu tiver ou não a braçadeira.