Na mira do Barcelona, o atacante Rodrygo pode deixar o Santos de graça em janeiro de 2020 devido ao prazo do primeiro contrato estabelecido pela Fifa (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

O suposto interesse do Barcelona na contratação do atacante Rodrygo pode colocar o agente do jogador e o Santos em rota de colisão e a joia pode deixar o clube de graça em janeiro de 2020. Segundo os jornais espanhóis Sport e Mundo Deportivo, o diretor de futebol do Barcelona, Pep Segura, está no Brasil para tentar garantir a contratação do atacante, que também estaria na mira de PSG e Manchester City.

O empresário do jogador, Nicky Arcuri, já informou aos dirigentes do Santos que tem interesse na negociação agora (com a permanência dele no clube pode mais um ou dois anos). Para tentar convencer a diretoria do Peixe, o empresário usa o argumento de que o atacante pode sair de graça em janeiro de 2020. Ou seja, para o agente do jogador, em julho do ano que vem Rodrygo já poderia assinar um pré-contrato com o Barcelona.

Baseado na Lei Pelé, o Santos assinou um contrato de cinco anos com Rodrygo assim que ele completou 16 anos e tal vínculo se encerra apenas em janeiro de 2022. No entanto, a Fifa diz que o primeiro contrato de atletas menores de 18 anos não pode ter prazo superior a três anos. A diferença está prevista, inclusive, no Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol da CBF (confira imagem ao lado).

“Se Corinthians, São Paulo, Flamengo, clubes do Brasil, fossem questionar alguma coisa aplica-se a Lei Pelé e a Lei Pelé diz que o contrato pode ser de cinco anos. Como é o Barcelona, vai ter um conflito entre um clube do Brasil e um de fora não podemos aplicar a Lei Pelé, aplica-se a Fifa e a Fifa diz que o primeiro contrato é de três anos”, afirma o advogado desportivo João Henrique Chiminazzo, ex-Bom Senso Futebol Clube.

Se a promessa do empresário for concretizada, o Santos estuda denunciá-lo na Fifa por assédio, mesma alegação que o Atlético de Madrid usou contra o mesmo Barcelona para tentar segurar o atacante francês Antoine Griezmann.

A disputa tem relação direta com o valor de uma possível transferência. Enquanto o Comitê de Gestão do Santos já registrou inclusive em ata que o atacante só será negociado pela multa rescisória (50 milhões de euros), o agente do jogador considera o valor inatingível e usa o argumento de uma suposta saída de graça em 2020 para que o Peixe aceite um valor menor.