A Vila Belmiro viveu uma noite diferente na última terça-feira. Pela primeira vez em sua história, o estádio do Santos recebeu uma partida com portões fechados. O jogo não pode contar com torcedores por conta de uma punição dada pela Conmebol ao Peixe após a confusão na eliminação da equipe na Libertadores de 2018.
Dentro de campo, o resultado foi positivo para o Santos: vitória por 1 a 0, apesar do desempenho ruim do time na segunda etapa. No entanto, fora de campo, o “silêncio ensurdecedor” foi algo que causou estranheza até mesmo para os jogadores.
Na zona mista do estádio, após a partida, os jogadores relataram como foi a experiência de jogar sem a presença de torcedores no estádio.
O goleiro Everson disse que a presença do torcedor faz o time ficar mais atento dentro de campo:
“Totalmente diferente, principalmente aqui na Vila, onde o torcedor faz um caldeirão e deixa a gente mais atento. Foi diferente, mas a gente procurou se concentrar o máximo para buscar a vitória”.
Já o atacante Soteldo explicou que a torcida fez falta, já que em jogos de portões fechados, só se escutam os gritos de quem está em campo:
“Primeira vez jogando sem torcida. Faz falta, porque a torcida é importante para nós. Jogar assim é estranho, porque se escuta o que todos falam”.
Por fim, o meia Carlos Sánchez desaprovou jogar com portões fechados, mas ressaltou o retorno da torcida na semana que vem:
“Jogar sem torcida é muito ruim, mas temos que cumprir o regulamento. Semana que vem já teremos nossa torcida para buscar mais três pontos”.
Do lado de fora
Se dentro do estádio o clima era “estranho” como relataram os jogadores, fora dele a falta de torcedores em dia de jogo também foi sentida. Cerca de 30 minutos antes da bola rolar, a reportagem do DIÁRIO deu uma volta pelos arredores da Vila Belmiro e relatou que parecia mais um dia normal no bairro.
Apesar da movimentação de policiais e veículos de imprensa, poucas pessoas vestidas com uniformes do Santos caminhavam pelas ruas próximas ao estádio. Os pontos que de fato acumulavam torcedores eram os bares, mas em um público bem menor do que um dia de jogo normal.
Para tentar atrair público para perto do estádio, a sub-sede da Torcida Jovem instalou um telão na rua, a cerca de 200 metros da Vila Belmiro. Quando o DIÁRIO passou pelo local, dezenas de torcedores já se acumulavam no local.
Durante a partida, ainda foi possível escutar, de dentro do estádio, os batuque e cantos dos torcedores que viam o jogo do lado de fora.
O Santos seguirá sem ver sua torcida no próximo jogo da equipe. No sábado, o Peixe vai até o Morumbi, enfrentar o São Paulo, pelo Paulistão. Com a determinação de torcida única em clássicos, o torcedor santista só reencontrará seu time na próxima terça-feira, quando a equipe recebe o Olimpia, na Vila Belmiro, pela terceira rodada da Libertadores.
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