Marcelo Teixeira (esquerda) irá presidir a sessão que pode dar o primeiro passo para tirar Peres (direita) da presidência; Rollo (centro) assumiria (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

A reunião do Conselho Deliberativo do Santos na noite desta segunda-feira pode mudar o destino do Santos. Nesta sessão extraordinária, marcada para às 19h30 e com última chamada às 21h, serão votados dois pedidos de impeachment do presidente José Carlos Peres.

Para que os pedidos passem pelo Conselho são necessários dois terços dos votos do plenário presente no dia, não dos votantes. Atualmente, o CD conta com pouco mais de 300 conselheiros.

São dois pedidos de impedimento do presidente santista: o primeiro, liderado por Alexandre Silva e com 73 assinaturas, tem base em uma portaria criada por Peres determinando que as contratações do Santos só possam ocorrer mediante determinação do presidente, o que inflige o estatuto do clube; o segundo, encabeçado por Esmeraldo Tarquínio e com 101 assinaturas, baseia-se nas empresas mantidas pelo mandatário, Saga Talent e Peres Sports & Marketing, que atentariam contra o estatuto. A punição prevista para ambos é o impedimento do cargo.

As duas votações acontecerão nesta segunda obedecendo ao seguinte processo: leitura do relatório da Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS), defesa do presidente Peres, se ele quiser se defender, e votação do primeiro pedido. Depois o processo se repete para o segundo pedido de impeachment. O voto será secreto. Depois das duas votações, a mesa realiza a apuração dos votos.

Caso o pedido seja aprovado, o presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Teixeira, irá convocar uma assembleia geral de sócios que votarão a favor ou contra o impeachment de Peres, vencendo a maioria simples. A convocação deve ser anunciada com pelo menos 15 dias de antecedência.

A votação já poderia ter acontecido antes. Primeiramente ela estava marcada para o dia 30 do mês passado, mas foi adiada devido a uma liminar ganha por Peres na justiça que congelou o processo de impeachment. O mandatário pedia mais tempo para fazer a defesa e incluir mais evidências. A liminar foi derrubada no último dia 24, mas não foi possível a votação no dia 30, pois é necessário comunicar as pautas da sessão com cinco dias úteis de antecedência.

A liminar não foi apenas cassada pela 12ª Vara de Santos, mas também o processo foi extinto pelo juiz Rogério Márcio Teixeira, a pedido do advogado Vicente Cascione. Peres até tentou uma nova vitória na Justiça para travar o processo novamente, mas até o momento não conseguiu.

Caso a assembleia de sócios defina pelo impeachment de José Carlos Peres, o vice-presidente Orlando Rollo é quem assume o cargo.