O locutor Douglas Gonçalves foi um dos demitidos pelo Santos nesta semana (Crédito: Reprodução)

O Santos continua em processo de enxugamento de seu quadro de funcionários. Já com o novo organograma, baseado em quatro executivos, aprovado, o Peixe se encaminha para finalizar sua lista de demissões. Na última sexta-feira, alguns funcionários receberam o comunicado do RH santista informando-os do desligamento, mas nem todos reagiram bem à notícia e uma confusão foi criada.

A polêmica da vez foi a demissão de alguns funcionários que se recusaram a assinar a rescisão. Entre eles está o locutor da Vila Belmiro, Douglas Gonçalves. Segundo dirigentes ouvidos pelo DIÁRIO DO PEIXE, os funcionários rebeldes agiram sob ordens de “uma pessoa da cúpula santista”. Gonçalves, no entanto, nega.

“Esse comunicado veio do RH, porém não assinei porque quero saber do presidente Peres o motivo. Sou jornalista, radialista e cerimonialista, cumpro com as necessidades do clube, apoiei o presidente em sua eleição e não entendi o motivo dessa dispensa. Nem o RH conseguiu explicar o motivo. Se o presidente quer profissionalizar o clube, o que acho correto, não sei por que quer me dispensar, pois sou habilitado para tal função no Santos”, disse Gonçalves ao DIÁRIO.

Outro desligado do clube foi o responsável pela secretaria social, Sylvio Novelli. Os motivos para a saída dos dois funcionários citados são diferentes. Enquanto o alto salário do locutor pesou em seu desligamento, para a demissão de Novelli o Santos alegou “questões profissionais”.

Novelli foi indicação de Peres e apoiou a campanha do presidente. Ele confirma as mudanças na secretaria, mas nega a demissão e ainda espera um comunicado de Peres. O executivo de comunicação e marketing, Marcelo Frazão, explica que a decisão foi anterior mesmo aos problemas da Rede Gol com as catracas do Pacaembu no clássico contra o Palmeiras.

“Faz parte da reestruturação de toda área de marketing. Teremos a integração da secretaria a todo processo de administração do programa sócio rei pelo marketing, que na reestruturação não prevê um gerente executivo para tal função (gerente de secretaria social)”, disse Frazão ao Diário do Peixe.

A lista de demitidos tem cerca de 20 nomes, dos quais dez já foram desligados ou estão em processo de desligamento, entre eles Daniel Bykoff, assessor da presidência, Vinicius Lordello, chefe de comunicação, Paulo César Verardi, contratado para reestruturar o contrato com a Umbro, e Luizinho “Hotshows”, assistente administrativo, que chegou a ameaçar o presidente Peres, que registrou um boletim de ocorrência.

Todos os nomes fazem parte da “carta branca” dada aos executivos Marcelo Frazão (Comunicação e Marketing), Ricardo Feijoo (Financeiro), Rodrigo Gama (Jurídico) e Ricardo Gomes (Futebol) para ajustarem suas equipes. A expectativa é de economia de até R$ 400 mil mensais.

O Peixe ainda encontra dificuldades no processo de enxugamento do clube. Peres já aceitou demitir funcionários contratados por indicação sua e aliados de campanha, como Bykoff e Novelli, mas mesmo assim tropeça em dirigentes de alto escalão, que barram outras saídas.

Em março, por exemplo, o clube demitiu uma funcionária do marketing e a demissão foi comunicada aos outros colaboradores, mas, minutos depois, ela foi recontratada. Assim, o processo caminha a passos lentos no Santos e toda mudança é feita com muita dificuldade.

Como retaliação a essa nova leva de demissões, Peres teve seu celular divulgado em grupos de WhatsApp pela segunda vez no ano. A primeira foi em maio, após a goleada sofrida para o Grêmio, e obrigou Peres a trocar o número de seu telefone celular.