Santos foi denunciado no STJD por gritos homofóbicos de torcedores (Crédito: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC)

O Santos foi multado em R$ 10 mil pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) em julgamento nesta quarta-feira (04). O Peixe foi denunciado por gritos homofóbicos de torcedores contra o goleiro Kauê, do Corinthians, em clássico, na Vila Belmiro, válido pelo duelo de ida da Copa do Brasil Sub-20, no dia 29 de agosto. Além disso, houve um caso de arremesso de um gelo que não atingiu ninguém e por ser o autor um garoto menor de idade, o caso foi arquivado.

A princípio, o clube seria julgado no último dia 20 de setembro, mas o processo foi adiado nesta quarta por conta do relatório incompleto do delegado da partida. Naquela ocasião, advogado santista Marcelo Mendes solicitou o adiamento do julgamento já que o relatório do advogado do jogo estava cortado com outros elementos citados, que poderiam mudar o rumo do resultado. Além disso, trouxe materiais do clube de apoio à comunidade LGBTQI+ e repudio à falas preconceituosas.

O QUE ACONTECEU NO JULGAMENTO

No julgamento desta quarta, foi apresentado o relatório completo do advogado da partida. O advogado relatou que após os gritos homofóbicos, o locutor da Vila e o sistema de som comunicou e tentou coibir a ação preconceituosa. Também relatou que Denys Rodrigues, gerente se segurança do Santos, identificou o garoto que jogou a pedra de gelo e por ser menos teve sua identidade preservada até a chegada de familiares.

O procurador Dr. Willian Figueiredo arquivou a denúncia em relação ao gelo. Já em relação aos gritos os auditores lembraram do caráter pedagógico do caso, já que a questão vem sendo debatida pelos clubes. Diante dessa situação educacional e por um caso relacionado com outro processo do Corinthians, o procurador lamentou a situação que vem das arquibancadas e não viu eficácia nas campanhas preventivas. Além disso, lembrou dos casos do Santos antes no STJD.

O advogado do Santos defendeu o clube reforçando que no caso do Corinthians foi um caso de jogo de Série A, em jogo maior e com mais torcedores cantando o ‘cântico’ homofóbico. Ele admitiu que a fala preconceituosa que foi errada, mas ressaltou que foi cessada rapidamente e que os torcedores tentaram desestabilizar o arqueiro adversário. Reforçou o trabalho contínuo do Santos da tentativa e dos clubes também na prevenção contra o preconceito e para tentar mudar a cultura do futebol. Ele pediu que o Santos fosse absolvido do caso.

O auditor Alexandre Beck de novo lamentou o caso dentro do esporte e comentou sobre o caso lamentando a situação. Ele também lembrou o caso do Corinthians e que mesmo com as tentativas de prevenção com marketing, não impediu o rival de ser punido. No entanto, ele não viu com a gravidade maior por ser uma partida da base. Estabeleceu R$ 10 mil de multa e concordou com o arquivamento do caso do gelo.

Os auditores Rodrigo Raposo, Cláudio Diniz, Bruno Tavares e o presidente da comissão, Luis Felipe Procópio, acompanharam o relator.

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