Carlos Sánchez, sem querer, virou pivô de uma grande confusão na Libertadores (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Mesmo sem pisar em um gramado, o Santos vai encarar uma decisão na tarde desta segunda-feira. A Conmebol vai julgar o “caso Sánchez”, que pode fazer com que o Peixe seja declarado o perdedor do jogo contra o Independiente, na semana passada, por 3 a 0 por causa da escalação do meia uruguaio, que carregava uma suspensão sofrida em 2015, quando defendia o River Plate, da Argentina.

Em sua defesa, para a qual foi contratado Mario Bittencourt, um dos principais advogados brasileiros da área esportiva, o Peixe alega que o Comet, sistema usado pela Conmebol para apontar a situação legal dos jogadores, não indicava que Sánchez ainda tinha de cumprir suspensão. A estratégia alvinegra é pedir equiparação ao tratamento dado pela entidade ao River, que também escalou na atual edição da Copa Libertadores da América um jogador que tinha uma antiga suspensão não cumprida – Bruno Zuculini. A Conmebol admitiu um erro administrativo e o atleta cumprirá suspensão nos próximos jogos do time de Buenos Aires.

O Santos deseja que o mesmo aconteça com ele, ou seja, que a Conmebol admita seu erro e aplique a suspensão de Sánchez nesta terça, quando ocorrerá a partida de volta das oitavas de final contra o Independiente, no Pacaembu. Nesse caso, evidentemente, seria mantido o placar de 0 a 0 do primeiro jogo.

A diretoria alvinegra se diz otimista, mas há um problema: no momento, a Conmebol mantém boas relações com a AFA (Associação de Futebol da Argentina) e o mesmo não se pode dizer da CBF, especialmente depois que o Coronel Nunes, atual presidente da entidade nacional, votou no Marrocos para ser a sede da Copa do Mundo de 2026, contrariando o que havia sido combinado por todos os países da América do Sul, que se comprometeram a votar nos Estados Unidos.

Se o julgamento desta segunda adquirir um caráter político, o Santos corre sério risco de ser derrotado. Caso isso ocorra, o Peixe terá de vencer o Independiente no Pacaembu por quatro gols de diferença para ir às quartas de final, ou por 3 a 0 para levar a decisão da vaga para os pênaltis – os gols fora de casa são um critério de desempate.