O zagueiro Charles nunca entrou em campo com a camisa do Santos (Crédito: Divulgação)
O BID (Boletim Informativo DIÁRIO) da CBF revelou nesta terça-feira que o Santos rescindiu o contrato de dois jogadores praticamente desconhecidos pelo torcedores: o zagueiro Charles e o meia João Pedro. O vínculo de ambos terminaria apenas no dia 31 de maio.
Ambos foram contratados no final de 2017, três meses antes do final do mandato do ex-presidente Modesto Roma Júnior, como apostas para o time B, ganharam dois anos e meio de contrato, mas praticamente não foram aproveitados no clube.
No dia 6 de outubro de 2017, o Santos anunciou em seu site a contratação do zagueiro Charles, de 20 anos. O texto era o seguinte:
“Charles chega para defender a equipe do Santos B, comandada pelo técnico Kleiton Lima. Cearense de Barbalha, o defensor começou sua carreira no Icasa (CE) e passou por outros times antes de acertar com o Peixe (Linense, Botafogo-PB e Rio Claro). “É até difícil expressar a alegria de acertar com o Santos. Mas estou muito feliz, isso é fruto do meu trabalho, por isso um contrato em definitivo com o Clube. O torcedor pode esperar muito empenho, muita raça e muita dedicação. Estou muito feliz em assinar com um time da grandeza do Santos.”, disse Charles.
No site da Federação Paulista de Futebol não há qualquer registro de participação de Charles em uma partida do Santos. O mesmo acontece em sites especializados de estatísticas de futebol, como “O Gol”.
João Pedro Melo Figueiredo não teve a contratação anunciada no site oficial. Antes de chegar ao Santos, ele teve passagens pelo Flamengo de Guarulhos. Seu contrato teve início no dia 29 de setembro de 2017. Assim como Charles, ele não fez qualquer partida pelo Santos em competições promovidas pela Federação Paulista.
De acordo com o “O Gol”, João Pedro disputou duas partidas do Campeonato Brasileiro de Aspirantes em 2018, totalizando 85 minutos jogados com a camisa do Santos.
Depois daquela contratação do goleiro Preto, de 30 anos, para jogar no Sub 23, todas essas outras contratações, que deveriam soar estranhas, passam batidas. Isso apenas indica a falta de critério nas cintratacoes. A garimpagem de jovens desconhecidos, com potencial, deveria ser o caminho para a descoberta de valores, desde que as pessoas que trabalhassem com isso estivessem mesmo empenhadas nesse objetivo e tivessem também olho clínico para fazer as avaliações. Na melhor das hipóteses, o responsável pela aprovação da contratação só deve ter visto um vídeo editado, com os “melhores momentos”, sem nunca ter assistido uma atuação ao vivo. Um jogador que, sequer entrou em campo no tempo em que durou o seu contrato, não pode ser minimamente bom para despertar a atenção de um olheiro de um clube do tamanho do Santos FC. O avaliador que aprovou a contratação não deve entender nada do assunto ou foi relapso no seu trabalho. Enfim, bom para os agentes dos jogadores que ganharam uns trocos nas negociações e bom para os rapazes, que garantiram uma fonte de renda nesse período de desemprego.