O ex-atacante Edu esteve em campo no único confronto entre o Santos e o Monterrey (Crédito: Divulgação/SantosFC)

*Por Ted Sartori, especial para o DIÁRIO DO PEIXE

Apesar da fama internacional por ter girado ao redor do mundo com um esquadrão de ouro, o Santos enfrentou apenas uma vez o Monterrey em toda a sua história e nunca jogou diante do Querétaro. Os dois times mexicanos recebem o Alvinegro em seus domínios, respectivamente, neste sábado (7) e terça-feira (10). Os amistosos, marcados para aproveitar a interrupção da temporada pela Copa do Mundo, estão marcados para as 23 horas (de Brasília).

O único duelo com o Monterrey até agora aconteceu em 24 de julho de 1971. A renda foi destinada à Clínica Santa Maria, que atendia crianças pobres. Antes da partida, Pelé recebeu homenagem de Luis Farias, então governador de Nuevo León, cuja capital é Monterrey.

A festa ficou para apenas antes do apito inicial. Em campo, o Rei do Futebol não teve sossego. O responsável foi o zagueiro Guaracy Barbosa, também brasileiro. Tanto que acabou eleito o melhor do jogo. As dificuldades para Pelé acabaram colaborando para que o Monterrey abrisse o placar aos 43 minutos do primeiro tempo, com o meio-campista Olague. Ele chutou de longe, no canto esquerdo de Cejas.

Deixar o Rei solto, ainda que para dar um passe, era fatal. E assim o Peixe empatou, já aos 15 da etapa final. O toque chegou em Edu, que disparou no canto esquerdo, de uma distância aproximada de 15 metros, sem chances para Quintero. O ex-ponta-esquerda não se recorda da partida, mas a calorosa recepção dos mexicanos é inesquecível, algo frequente em qualquer país que o Santos daqueles tempos desembarcasse.

Vale recordar também que, um ano antes, em 1970, o Brasil tinha se sagrado tricampeão mundial em solo asteca, ao golear a Itália. E Pelé e Edu faziam parte daquele elenco.

“A recepção ao Santos era fantástica, maravilhosa. E no México não poderia ser diferente. Primeiro, pela paixão pelo futebol que os mexicanos têm. E ainda mais com o timaço que tínhamos. Éramos recebidos como time de gala, de primeiro escalão. Parecia até a Seleção”, afirma Edu.

Curiosamente, Edu atuou por duas temporadas no Tigres, rival do Monterrey, já no final dos anos 70. As equipes protagonizam o chamado Clássico Regiomontano. “Foram duas temporadas espetaculares. Fui vice-campeão mexicano e me destaquei muito”, relembra.

Defesas de ouro

Embora o Santos nunca tenha enfrentado o Querétaro, o Estádio La Corrregidora, palco do amistoso desta terça-feira (10), esteve na rota do time na vitoriosa campanha da Libertadores de 2011. Em 3 de maio daquele ano, o Peixe fez o jogo de volta das oitavas de final diante do América. A partida seria no Estádio Azteca, na Cidade do México, mas a realização de um show forçou a mudança.

Na ida, na Vila Belmiro, vitória santista por 1 a 0, gol de Paulo Henrique Ganso. No segundo encontro, empate por 0 a 0 em que o goleiro Rafael garantiu a classificação com grandes defesas, especialmente em chutes de longa distância, com pontes sucessivas e plasticamente bonitas.

“A bola vinha mais rápido, em função da altitude. Nas duas primeiras, eu nem vi. Só percebi quando chegou. Nas outras, eu ainda vi a saída da bola, o que facilitou para as defesas”, explicou Rafael, à época. Os centros sobre a área também dificultaram as intervenções do camisa 1. “Eram traiçoeiros: parecia que a bola estava na mão e, do nada, ganhava velocidade”.