Estafe de Lucas Veríssimo entra em rota de colisão com o Santos (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Na última sexta-feira o zagueiro Lucas Veríssimo ficou fora do treinamento no CT Rei Pelé. Segundo a assessoria do Santos, o atleta sentiu um desgaste muscular e foi poupado. No entanto, o estafe do jogador tem outra versão: Veríssimo não treinou por conta da indefinição de seu futuro e não irá mais participar das atividades enquanto não houver uma definição.

Segundo o empresário Marcos Ribeiro, o Torino, da Itália, concordou em pagar os 10 milhões de euros (45 milhões de reais) pedidos pelo presidente José Carlos Peres em declarações à imprensa. Entretanto, o estafe de Veríssimo e o clube italiano não conseguem contato com o mandatário santista para oficializar a proposta.

“O Torino está chateado por um clube com a grandeza do Santos não responder o contato. Eles deram até segunda-feira para ter uma resposta. O Lucas quer sair pela porta da frente”, disse o empresário em contato com o Diário do Peixe.

A tática do presidente José Carlos Peres é “não jogar a âncora”, ou seja, não definir um valor para vender o atleta. Segundo o mandatário, quando isso acontece as negociações partem daquele teto para tentar diminuir a pedida.

“No mínimo 10 milhões de euros é o que pedimos. Estamos esperando. Não podemos jogar âncora porque eles jogam daquilo para baixo”, disse Peres em entrevista recente, na época que as propostas eram abaixo de 10 milhões.

Mesmo atingindo o “mínimo pedido” a disputa do presidente agora é pelo valor líquido da negociação, tal qual na venda de Rodrygo ao Real Madrid. Na negociação com os merengues, Peres conseguiu o valor total da parte da ‘multa rescisória’ (que servia como guia da negociação já que um atleta menor de idade não tem efetivamente multa rescisória) que cabia ao Santos, sem precisar pagar impostos ou comissões.

O Santos tem 80% dos direitos de econômicos do defensor e quer receber 9 milhões de euros por esse percentual. Os outros 20% estão divididos entre o próprio jogador (10%) e seus empresários: Marcos Ribeiro (5%) e Aparecido (5%). Assim, o jogador ou os empresários precisariam abrir mão da sua porcentagem. Para que o Peixe receba o valor desejado pelos 80% a proposta precisaria chegar a 12,5 milhões de euros.

No entanto, o presidente José Carlos Peres disse durante a entrevista coletiva de apresentação de Ricardo Gomes como novo diretor executivo do clube que não irá barrar a saída do jogador, pois é a vontade do atleta.