Que o Santos Futebol Clube é vanguarda em aspectos esportivos, todos já sabem. Que o clube foi um dos pioneiros no combate ao racismo, ainda é pouco conhecido pelo grande público.
Em 1917, motivado por ofensa racial direcionada a um jogador, a diretoria do Santos reagiu de maneira veemente e prestou reclamação junto aos organizadores do futebol paulista. A história foi trazida à tona pelo pesquisador, historiador e professor Guilherme Nascimento, um dos membros fundadores da ASSOPHIS (Associação dos Pesquisadores e Historiadores do Santos FC).
A agressão partiu do correspondente do jornal Correio Paulistano, Francisco Laraya, e foi direcionada ao jogador santista Jarbas (Manoel Jarbas Cid de Godoy) durante a vitória alvinegra diante da Associação Atlética das Palmeiras (não confundir com o atual Palmeiras), em 02 de setembro de 1917.
Os insultos racistas foram proferidos, também, aos sócios e torcedores do Santos presentes em Vila Belmiro. O Peixe ganhou por 3 a 0, em partida válida pelo Campeonato Paulista daquele ano. O ofício foi encaminhado pela cúpula santista no mesmo dia da peleja, o que deixa evidente a imensa insatisfação com o episódio.
O médio Jarbas atuou pelo Santos entre 1916 e 1921, realizando 89 partidas, anotando nove gols. Ele foi o quarto jogador negro da história do clube, um exemplo de que o Santos nasceu já liberto de qualquer discriminação. Inclusive, o autor do primeiro gol não-oficial do clube era negro também (Anacleto Ferramenta da Silva), além de Milton e Esmeraldo, que jogaram pelo Peixe no ano de 1913.
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