
Arrecadação da Vaquinha Virtual do Santos estagnou (Crédito: Reprodução)
Criada para ajudar o Santos a quitar suas dívidas na Fifa, a campanha “A Virada Santista” estagnou. Depois de atingir a primeira meta (R$ 500 mil) em apenas 48 horas e a segunda (R$ 1 milhão) em dez dias, o projeto não atingiu nem 10% da terceira meta estipulada, que foi de R$ 2 milhões.
Na manhã desta quarta-feira, o marcador no site da vaquinha apontava R$ 1.097.674,77 arrecadados. No dia 31 de outubro, quando a terceira meta foi lançada, o contador apontava a quantia de R$ 1.008.155,00. Ou seja, em 18 dias, o clube conseguiu apenas mais R$ 89.519,77. O prazo termina na próxima sexta-feira, mas pode ser prorrogado.
A diretoria conta com o aumento das doações para conseguir um bom montante e iniciar negociações para saldar a dívida com o Atlético Nacional, da Colômbia, relativa à contratação do zagueiro Felipe Aguilar, hoje no Athletico-PR.
O Peixe chegou a estampar o logo da campanha no lugar do patrocinador master no uniforme da equipe nas últimas partidas no Brasileiro e diante do Ceará na Copa do Brasil
“Terceira etapa é de R$ 2 milhões. Com R$ 2 milhões, a gente consegue, sim, abrir boa negociação com o Atlético Nacional e pagar uma parcela, que derrubaria o transfer ban e evitaria nova punição”, afirmou o presidente em exercício, Orlando Rollo.
O torcedor santista que quiser colaborar pela primeira vez – ou voltar a efetuar doações para a próxima meta – tem opções pré-estabelecidas no site oficial da campanha: R$ 20, R$ 50, R$ 100, R$ 300, R$ 500, R$ 1.000 e R$ 2.000.
Inicialmente, houve uma empolgação, mas algumas atitudes e eventos fizeram com que o ímpeto fosse amortecido:
1- A contratação de figuras sem identificação com o clube, como o tal Ximenes, o inexperiente Marcio Santos, o tal Coronel não sei das quantas, ex-Portuguesa;
2 – A contratação de mais de quarenta funcionários a título de reestruturação da base, sendo que o Aarão, novo técnico Sub 20, até agora só perdeu e o time é vergonhosamente o lanterna na competição;
3 – A defesa incondicional do Robinho afastaram o público feminino;
4 – O modo pouco combativo como o Santos FC foi eliminado da Copa do Brasil, por time de nível inferior. Jogadores que ganham mais de R$ 200 mil deixaram o campo como se a desclassificação fosse uma coisa normal, corriqueira, sem levar em conta que a premiação, de três milhões pela classificação para a outra fase era importante neste momento de penúria;
5 – O Santos FC, que não tem R$ 700 mil para adquirir o artilheiro Bruno Marques, do Sub 23, adquiriu 5% do Veríssimo, por R$ 2 milhões, considerando que o jogador vale R$ 40 milhões. Agora, o Rollo faz pressão para vender o Veríssimo, por R$ 40 milhões, parceladamente, com valores a receber em 2022. Para pegar o dinheiro de imediato, negocia o adiantamento do valor com um banco, para receber com deságio referente a juros. Assim, o Santos FC comprou os 5% com valor cheio e, se aceitar a proposta do Benfica, vai perder o valor dos juros (deságio) decorrente do adiantamento. O Santos FC sequer fica no zero a zero na revenda dos 5%. Se os juros forem de 15%, o Santos FC perde R$ 300 mil. Um negócio de verdadeiro idiota;
6 – O Santos FC contratou uma pessoa formada em propaganda e marketing (com pós em Psicologia) para ser “coaching” de todos os jogadores, da base ao profissional. Difícil acreditar que a profissional consiga fazer alguma diferença, além de inchar a folha salarial;
7- Alguns doadores que acompanham a vaquinha levantaram dúvidas quanto aos totais doados, pois os números do dia anterior estaria inferior ao que constava no dia seguinte. O dinheiro estaria desaparecendo;
8 – Em todas as vezes em que se fala na dívida do Atlético Nacional, o que é destacado é a proibição aplicada pela FIFA para contratar e não na perda de pontos, ou seja, parece que o Santos FC quer quitar a dívida apenas para destravar as contratações de jogadores do nível do Laércio, num momento em que alguns jogadores da base estão ameaçando despontar. Se já tivesse ocorrido o desbloqueio, o Santos FC teria Ze Welison, Elias, Thaciano (o jogador de R$ 10 milhões)
Enfim, vivemos num momento de muito descrédito, de modo que ao surgir qualquer dúvida quanto à correta condução na gestão do dinheiro, as pessoas se afastam. Há uma perda de credibilidade que, infelizmente, o presidente interino não conseguiu recuperar nesse período em que está à frente do clube.
Dos supostos 8 milhões de torcedores, apenas 20 mil (praticamente a lotação da Vila) fizeram a doação de modo incondicional, mesmo correndo o risco de serem enganados.