União José Carlos Peres e Orlando Rollo foi decisiva para vitória na eleição (Crédito: Divulgação)

José Carlos Peres e Orlando Rollo nunca esconderam o desejo de assumir a presidência do Santos. Na eleição de dezembro de 2014, eles foram rivais e perderam para Modesto Roma Júnior. Peres teve 1.139 votos, Rollo 855 e Modesto Roma Júnior venceu a eleição com 1.321 votos.

Em 2017, Peres e Rollo decidiram se unir para tentarem impedir a reeleição de Modesto Roma Jr. Tiveram 1.851 votos (pouco menos do que a soma de suas votações em 2014) e bateram Roma e Andres Rueda, que tiveram 1.661 votos cada. Ou seja, fica claro que eles não estariam nos cargos de presidente e vice se tivessem optado por candidaturas individuais.

Como fica claro que eles tinham um projeto de poder, para vencer a eleição, e não de governo, para realmente colocar o Santos nos eixos. Todo mundo que acompanhou a corrida eleitoral sabia que era questão de tempo para a relação acabar. Peres e Rollo tem estilos completamente diferentes (e aqui não temos qualquer juízo de valor sobre qual é melhor).

O estilo ditatorial com que o presidente tratou o clube nos primeiros meses (isso dito por técnicos, diretores de futebol, membros do Comitê de Gestão e funcionários de outras áreas) e o modo passional e radical do vice de tratar todos os assuntos deixaram os dois em rota de colisão logo cedo.

Sobre o triste episódio desta segunda-feira, você pode ler aqui a versão de Peres e aqui a versão de Rollo. Mas o que fica dessa triste data é uma lição para 2020.

O processo político para a sucessão (ou não) de José Carlos Peres já começou e agita os bastidores do clube, com um punhado de pré-candidatos já declarados e mais alguns esperando o momento ideal de lançar o seu nome.

Até o meio de 2020 teremos o processo de busca por alianças para uma vitória nas urnas. Seria utópico imaginar um processo eleitoral sem esses acordos, mas não custa lembrar do exemplo da chapa de Peres e Rollo e cobrar ao menos algumas coisas:

– Não montar chapas com grupos de pensamentos radicalmente diferentes
– Deixar claro desde o início como será a atuação de cada membro da chapa em caso de vitória
– Pensar no Santos acima dos interesses pessoais