
Alexandre Gallo saiu do Santos no começo deste ano (Crédito: Reprodução)
Alexandre Gallo, ex-executivo de futebol do Santos, revelou os bastidores da negociação frustada com o técnico Gustavo Quinteros. Em entrevista ao Charla Podcast, o atual CEO da SAF do Botafogo-PB comentou sobre a tentativa de contratação do treinador argentino-boliviano e revelou que estavam fechados para comandar o clube em 2025, inclusive falando de reforços.
“As contratações de treinadores, que também tivemos ano passado. A questão do Quinteros machucou bastante, tive 3 vezes com ele na Argentina. Acertamos praticamente tudo em relação ao contrato. O que aconteceu é que ele tinha duas competições a ganhar na Argentina e a gente sentado com ele na casa dele, junto com o filho, que é um dos auxiliares. O presidente por vídeo e acertamos que isso seria tratado de maneira silenciosa. Houve um vazamento por parte da diretoria. Recebo uma ligação dele no outro dia desesperado, louco da vida e xingando todos os nomes possíveis. Isso atrapalhou ele lá numa decisão de competição, que perderam. Tirou o pé, firmamos a situação. Eu tinha um documento que os agentes deles assinaram. Ele não quis assinar e nós, o presidente, também concordaram. Assédio não fica bom, essa foi a verdade. Eles estavam contratados, conversávamos diariamente sobre contratações”, revelou.
Gallo comentou sobre o entorno do presidente Marcelo Teixeira e que os vazamentos atrapalharam no momento final das negociações. Inclusive, Quinteros tinha finais a disputar na época e que se encaixava com as ideias de jogo que a gestão tinha como ideiais diante das características do elenco para essa temporada.
“Essa entrevista…o Santos tem uma diretoria grande, assessores. Não posso falar que foi ele porque não sei. Ele na entrevista falando que tinha treinador acalmou a torcida. Ele diretamente que vazou, o entorno é grande, pessoas que auxiliam bastante no Santos ou membro da diretoria que vazou foi o que me atrapalhou muito. Cara sério, fizemos um levantamento de nove treinadores em modelo de jogo específico, que se encaixasse com o Santos. Uma baita analisa com o Departamento de mercado na época. Carille um bom treinador para outro sistema, queria uma transição rápida. Quinteros se encaixava com tudo que a gente pensava de características no Santos. Depois dessa organização, gastamos todos os cartunhos por isso minhas idas à Argentina”, completou.
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Inclusive, na mesma entrevista, palpitou sobre o atual momento do Peixe após o acesso. O dirigente acredita que o Alvinegro teria condições de ficar entre nono e décimo colocado no Brasileiro, diferente da atual diretoria santista que deu declarações falando em conquistar vaga para a Libertadores.
“A ideia era o Santos estar na primeira página. Não tem como você sair da Série B e ser Top-5 no Brasil. Não tem como fazer isso, custo é inimaginável. Você não pode ter um time e estrutura de um time de Série B, bom como fizemos, e bater de frente com Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG, Cruzeiro…clubes que já estão há algum tempo na Série A, estruturado financeiramente e nos termos de time. A ideia estar entre o 10ª colocado no Santos nesse ano, era uma grande vitória. Ia ter que fazer uma nova reformulação. É botar dinheiro e o Santos passa por uma situação financeira difícil”, comentou.
Por fim, ainda admitiu que já existiam conversas do presidente Marcelo Teixeira com o Neymar Pai desde o ano passado, mas o planejamento contava com o retorno do craque apenas no meio do ano.
“A gente tinha noção que o Neymar viria também em junho, não agora. Já tínhamos conversas bem acentuadas entre o presidente e o pai dele. Houve essa antecipação, mas não estava mais. O planejamento era para estar entre os 10 primeiros e mais que isso seria uma grande vitória. O Neymar viria no meio do ano e seria outra situação. Agrega financeiramente e o entorno fica forte”, concluiu.