Giuliano é um dos líderes do elenco do Santos em 2024 (Foto: Raul Baretta / Santos FC)

Após a vitória do Santos por 4 a 1 sobre o Guarani na última segunda-feira (6), o meio-campista Giuliano não se limitou a falar sobre o resultado em campo. Em meio à devastação causada pelos temporais que atingiram o estado do Rio Grande do Sul, deixando um rastro de destruição e centenas de vítimas, o jogador levantou uma importante reflexão sobre a continuidade dos jogos de futebol em um momento tão delicado.

“Qual o preço de uma vida? Será que um gol paga o preço de uma vida? Será que o estádio é cheio e as outras pessoas sofrendo lá? Então eu acho que é um momento de reflexão para nós. O futebol… O povo brasileiro ama o futebol, mas até que ponto vale você parar o futebol e deixar as pessoas sofrendo? Então eu acho que é um momento de reflexão para o futebol brasileiro de que nós temos que ser solidários. O futebol está em segundo plano. Nós temos que amar as pessoas, amar as vidas. Temos que amar o ser humano. E isso é nosso. Isso nós podemos fazer. Então não sei se é a Federação, ou não sei se os jogadores, se os clubes, mas eu acho que é muito válido uma parada, não somente no treinamento, mas também para a reconstrução psicológica dos jogadores, das pessoas que sofreram com isso, até que a gente tenha condições de voltar ao campeonato”, questionou Giuliano durante o programa “Boleiragem”, do SporTV.

O pedido de Giuliano ecoa os apelos de outros clubes gaúchos, como Internacional, Grêmio e Juventude, que solicitaram à CBF a suspensão de seus jogos nos campeonatos nacionais pelos próximos 20 dias, em respeito à situação crítica vivenciada no estado.

Além de sua preocupação com as vítimas, Giuliano também destacou a importância da mobilização de todos, independentemente de classe social ou profissão, para oferecer ajuda e suporte aos afetados pela tragédia.

“Nós somos influência e nós somos exemplos. Então, a partir do momento que nós nos posicionamos e juntamos força, nós temos força no país. O país nos olha. Então, a gente tem a capacidade, através da nossa imagem, de mandar uma mensagem positiva, de mandar um recurso, de juntar cestas básicas, de juntar dinheiro, doações, porque é o momento que nós precisamos. E a gente fica se colocando no lugar dessas pessoas. Então, imagina a dor, imagina quando a água baixar, como é que vai ser. Então, esse processo nós precisamos de todos,” disse o meia.

Com 85 mortos e 134 desaparecidos até o momento, e com grande parte da população de Porto Alegre enfrentando problemas, a situação no Rio Grande do Sul ainda é grave. Giuliano aproveitou para parabenizar as iniciativas de solidariedade já em curso e conclamou a todos para continuarem ajudando no processo de reconstrução.

“E eu gostaria de parabenizar quem está ajudando, independente da classe social, independente se é ator, se é influência, se é jogador, não importa, a pessoa que está ajudando. Parabéns por essa iniciativa e vamos continuar, porque é um processo de reconstrução. Assim como nós estamos passando aqui um processo de reconstrução no futebol, o Rio Grande do Sul precisa dessa reconstrução, eu creio que o Rio Grande do Sul precisa de nós, do ser humano, do povo brasileiro. E eu acredito sempre que juntos nós somos mais fortes”, completou.

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